Parada desde 2016, obras do Aquário viram criadouro de mosquito da dengue
18:35 23/03/2018
[Via Midiamax]
Agentes de endemias da Sesau (Secretaria Municipal de Saúde) vistoriaram na manhã de sexta-feira (23) as obras do Aquário do Pantanal. No local, foram combatidos focos do mosquito aedes aegypti (transmissor da dengue, zika e chikungunya) e foram retirados cerca de 9 sacos de 20 litros com resíduos orgânicos ou que poderiam funcionar como reservatórios de ovos do inseto.
Na obra, também foi feito o trabalho de bloqueio, no qual os agentes promovem desobstruções onde há acúmulo d´água, além de aplicação de larvicidas em áreas mais problemáticas. Todo o interior e entorno da obra passou por vistoria e, ao todo, 18 agentes de endemias participaram da ação, a segunda do ano, solicitada pelo Governo do Estado. A Sesau não soube precisa o número de focos identificados durante a ação.
Iniciadas em 2011, na gestão de André Puccinelli (MDB) e paralisadas desde 2016, as obras Centro de Pesquisa e Reabilitação da Ictiofauna, conhecido como Aquário do Pantanal, tornaram-se um viveiro de polêmicas em Mato Grosso do Sul. Com orçamento previsto inicialmente em R$ 84 milhões, o atual governador, Reinaldo Azambuja (PSDB), afirma que a conclusão da instalação custará um total de R$ 250 milhões aos cofres estaduais.
É onde mora a polêmica, a propósito, já que o maior obstáculo para a conclusão do Aquário, segundo o governo do Estado, é a falta de recursos, o que faz da instalação um “abacaxi cheio de falhas”.
A finalização do aquário chegou a ser assegurada em janeiro após assinatura do governo do Estado com o MPE (Ministério Público de Mato Grosso do Sul) e o TCE (Tribunal de Contas do Estado). Todavia, as empresas escolhidas pela administração estadual para a conclusão do Aquário – Construtora Maksoud Rahe Ltda e Tecfasa Brasil Soluções em Eficiência Energética Ltda – ainda aguardam homologação da Justiça para assinar os contratos e firmar o acordo, que deveria entregar a obra até dezembro, ao custo adicional de R$ 36,7 milhões.
Além disso, o Aquário foi alvo da operação Lama Asfáltica, que apura desvio de dinheiro do projeto, e foi paralisada pela Justiça por problemas com as construtoras responsáveis. A mesma operação fez com que Puccinelli e mais 12 pessoas se tornassem réus por corrupção passiva, fraude em licitação e peculato. Puccinelli chegou a ser preso em um dos desdobramentos da Lama Asfáltica, chamada de Papiros de Lama em novembro do ano passado.
Vale lembrar, também, que o relatório produzido pelo Ministério Público Federal em outubro de 2015 junto com a Polícia Federal e CGU (Controladoria Geral da União), apontou desvios de dinheiro por meio de fraudes em licitações e lavagem de dinheiro ocorridos na gestão de Puccinelli entre 2007 e 2014.
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