Política

Após áudio de vereador sobre ‘empenho’, MP-MS apura suposta cobrança de propina

Circuito MS

18:35 27/03/2018

[Via Midiamax]

O vereador douradense Juarez de Oliveira (MDB) se tornou alvo de um inquérito civil do MP-MS (Ministério Público Estadual de Mato Grosso do Sul). O parlamentar foi recentemente flagrado em áudios dizendo ser mais fácil aprovar um projeto de lei mediante um empenho de R$ 200 mil.

O edital de instauração do inquérito foi publicado no Diário Oficial do órgão desta terça-feira (27). O objetivo das investigações é apurar se houve improbidade administrativa na conduta de Juarez, diante da possibilidade de “cobrança” de propina para aprovação de projetos.

No áudio, gravado durante uma sessão extraordinária da Câmara de Dourados do dia 19 de março, Juarez aparece conversando com outro vereador sobre a aprovação do projeto de lei Executivo do PCCR (Plano de Cargos, Carreiras e Remuneração) dos servidores públicos municipais.

“Eu já estou no terceiro mandato e sei como funciona as coisas. Empenha duzentos contos para a gente se reeleger e atendimento diário”, diz Juarez. A fala só é audível por que o vereador tinha esquecido seu microfone ligado.

O vereador também critica a classe dos servidores na gravação. “Aqui funcionário público não elege um vereador, se fossem unidos eles tinham feito a saúde eleger um vereador, mas cada um pensa no seu umbigo”, afirma Juarez.

Naquele dia, o projeto de lei do PCCR foi aprovado em primeiro turno. A proposta foi aprovada em segundo turno nesta segunda-feira (26), depois de três sessões ordinárias e duas extraordinárias.

Nos autos do inquérito, o promotor Ricardo Rotunno pediu que Juarez fosse notificado para se manifestar sobre o inquérito. Matérias jornalísticas foram anexadas aos autos da investigação.

Outro Lado

Em nota publicada à imprensa douradense, o vereador chamou a suposição de propina de “grande equívoco”. “Em nenhum momento quando me refiro em dinheiro, falo de dinheiro de corrupção ou em dinheiro ilícito”, diz a nota.

Juarez afirma que foi mal interpretado, e que a frase dizia respeito à dificuldade de concorrer no pleito eleitoral. “O verdadeiro conteúdo da frase é: que estou em meu terceiro mandato, e aquele (vereador) que “não tenha 200 contos e atendimento diário” não se reelege”, explica na nota.

Quanto às críticas à classe dos servidores, Juarez afirmou que apenas expressou sua opinião. “Falo apenas o que é a verdade, utilizando assim o meu direito de expressão, comentando que funcionários públicos não elegem vereadores, pois se fossem unidos já tinham representante na Câmara de Vereadores”.

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