Redondo é ponto de skatistas que aos poucos virou lugar das famílias no Buriti
18:35 23/04/2018
[Via Campo Grande News]
No bairro Buriti, quase no fim da Avenida Doutor Nasri Siufi, uma pista de skate, conhecida pelo nome de Redondo por ser, claro, em formato circular, é ponto de encontro da galera da região aos fins de semana. Gente de todo tipo cola no lugar para aproveitar a tarde e a atmosfera é realmente relaxante.
Crianças soltam pipa na grande área descampada, enquanto os pais ficam sentados na grama. Skatistas fazem manobras na pista e a dividem o espaço com quem anda de bicicleta. E uma imensa ciclovia rodeia toda a extensão do parque, que segue pela avenida. É a prova de que se a estrutura existe, a comunidade agradece.
O morador da região Gilberto Alves Lima passa todos os fins de semana no Redondo vendendo o geladão, a R$ 2,00. “Eu venho aqui faz anos e anos e nunca vi uma briga acontecendo. Tem maloqueiro, tem crianças, tem família, e todo mundo se respeita na boa”, diz ele.
No céu, mesmo com o sol forte, dezenas de pipas voam, constrastando com o azulão do céu campo-grandense. Na grama, as crianças correm de um lado pro outro pra aproveitar o vento. Isaac, Isaias e Tamara estavam com a mãe, Silvana Carvalho, e o namorado, curtindo a tardezinha do último domingo.
“É a primeira vez que a gente vem, ficamos sabendo por meio do meu namorado, o Vitor, que mora na saída de Cuiabá. Nós moramos bem longe daqui, chegamos com o sol a pino ainda, às 14h, mas tá sendo bem gostoso, pretendemos voltar mais vezes”, diz a mãe.
A família continua no local, tomando refrigerante, enquanto observa os pequenos correndo de um lado pro outro, sem preocupação. “Aqui é bom pra soltar pipa”, diz Isaias,com a sua na mão.
O grupo de amigos skatistas, Lucas Roberto, Lucas Guilherme, Rafael dos Santos e Dener Oliveira diz que o Redondo já foi palco de dois campeonatos de skate. “Muitos de nós só começamos a andar por conta de a pista bem perto da nossa casa. Eu, por exemplo, moro aqui no São Conrado, o Roberto também. Aí já tivemos duas vezes campeonato por aqui, um patrocinado por uma loja de skate e outro em parceria com a Prefeitura”, relata Rafael.
Para eles, além de o Redondo ser pertinho, a pista em si é melhor que de outros parques. “Mesmo com esses buracos no chão que a gente vê, têm mais obstáculos. Prefiro aqui do que no Parque das Nações e Orla Morena”, comenta Dener.
Segundo o grupinho, tem uma galera que leva até churrasqueira para o redondo e almoça ali mesmo. “O povo aqui faz de tudo. Sábado tinha essa família assando carne aqui. Tem gente que traz os aparatos pra jogar futebol e monta ali no fundo os times e sai jogando”.
Como é muito grande, cabe todo mundo, mas tiveram fins de semana que não dava pra encontrar lugar pra sentar, ao menos é o que Roberto relata. “No começo era só esse redondo da pista aqui, vinham uns músicos fazer show pra cá. Aí depois eles ampliaram a área concretada”.
O grande problema do parque é que à noite a iluminação pública não funciona e não há nem sequer um poste com luz para dar segurança aos frequentadores do Redondo. As famílias das mães Cleonice de Souza e Rosa de Souza, moradoras do Jardim Antartica, chegaram desavisadas, pela primeira vez, às 17h. Não era nem 18h e precisavam ir embora porque estavam com suas filhas e, por falta de segurança, tiveram de abandonar a diversão.
“Pra elas em bastante coisa pra fazer. Elas sobem nos obstáculos dos skatistas aqui e ficam brincando. Pra nós, mais velhos, é que falta algum tipo de entretenimento e de segurança. Nessa escuridão elas podem se machucar e a gente pode ser assaltado, né?”, questiona Rosa.
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