PF aguarda três alvos da Vostok se entregarem e ainda colhe depoimentos
10:35 13/09/2018
[Via Campo Grande News]
A PF (Polícia Federal) aguarda três dos 14 alvos da Operação Vostok e ainda colhe depoimentos nesta quinta-feira (dia 13). A ação, desencadeada ontem, envolveu 220 policiais para cumprir 14 mandados de prisão e 44 de busca e apreensão de documentos.
Até às 19h30 de quarta-feira, faltavam se apresentar o produtor rural e ex-prefeito de Porto Murtinho, Nelson Cintra Ribeiro, José Ricardo Guitti Guimaro e o também pecuarista Elvio Rodrigues. No caso de Cintra, a informação da defesa é de que ele chegaria de viagem nesta quinta e, por isso, se entregaria hoje.
Sobre os depoimentos, a advogada do pecuarista Zelito Ribeiro, Andreia Flores, afirmou, ontem, que as oitivas serão retomadas nesta quinta, a partir das 9h30.
Nesta manhã, por enquanto, o movimento é tranquilo na sede da PF e, há pouco, a defesa de Zelito chegou. “Todas as informações que pediram ele prestou, foram seis notificações da Receita Federal, todas atendidas”, disse em entrevista breve.
A reportagem apurou que alguns dos presos passaram a noite na Superintendência da Polícia Federal, para, justamente, serem ouvidos nesta manhã.
Alvos – O deputado estadual Zé Teixeira (DEM) e o conselheiro do TCE (Tribunal de Contas do Estado) Márcio Monteiro, dois dos 11 presos, foram levados para o Presídio Militar, em Campo Grande.
Além do Presídio Militar, o Centro de Triagem deve receber outros presos. Osvane estava nesta noite na sede do Garras (Delegacia Especializada de Repressão a Roubos, Assaltos e Sequestros).
Também foram presos Rodrigo Souza e Silva, filho do governador Reinaldo Azambuja (PSDB), o pecuarista Francisco Carlos Freire de Oliveira, Miltro Rodrigues Pereira, Ivanildo da Cunha Miranda (delator da Lama Asfáltica), o empresário João Roberto Baird, Antônio Celso Cortez (dono da PSG Tecnologia Aplicada), Osvane Aparecido Ramos (ex-prefeito de Dois Irmãos do Buriti) e Rubens Massahiro Matsuda.
A análise de todos os materias apreendidos ontem será feita pela própria PF de Mato Grosso do Sul.
Investigação – A Vostok teve início com a delação premiada dos irmãos Wesley e Joesley Batista, do Grupo J&F –controlador da JBS–, que apontaram a existência de um esquema de pagamentos por meio de notas frias que se usa de Tares (Termos de Acordo de Regime Especial). O sistema teria surgido na gestão do ex-governador Zeca do PT, sendo mantido nas de André Puccinelli (MDB) e de Azambuja.
Segundo despacho do ministro Feliz Fisher, ao qual o Campo Grande News teve o acesso, o Ministério Público Federal aponta um esquema de pagamentos de propinas da empresa do ramo frigorífico a políticos era dividido em três núcleos e rendeu lucro de ao menos R$ 67.791.309 aos denunciados. As fraudes teriam somado prejuízo de R$ 209 milhões ao Estado entre 2014 e 2016.
Comente esta notícia
compartilhar