Ônibus mais caro leva até um terço do salário do trabalhador, calcula economista
17:50 03/12/2018
[Via Campo Grande News]
Nesta segunda-feira (3) o preço do ônibus coletivo, em Campo Grande, ficou “mais salgado”. Isso porque a tarifa sofreu reajuste, passou de R$ 3,70 a R$ 3,95, um aumento de R$0,25 centavos. Economista do Nepes (Núcleo de Estudos e Pesquisas Econômicas e Sociais) da Uniderp, Celso Correia de Souza avalia que os valores podem “levar embora” até um terço do salário mínimo.
Para estipular o valor, Celso avaliou a rotina de um trabalhador que ganhe R$ 954, valor, até o dia 1 de janeiro, do salário mínimo. Na conta, ele calculou duas passagens diárias e mais um extra: quando a mulher ou filhos também utilizam o passe, por exemplo.
“Uma pessoa que ganha um salário mínimo e que usa duas passagens, ele gastaria R$ 185 por mês antes do aumento, supondo que ele saia 25 dias por mês, vai gastar R$ 197,50, um aumento 12,50 por mês. No salário mínimo isso representa 20,70% do salário dele, é muito, isso encarece muito. Então, se utilizar mais do que duas por dia pode dar impacto de até um terço do orçamento de quem ganha um salário mínimo”, explica.
Acima da inflação – O salário mínimo de 2019 deve chegar a R$1006, proposta do atual governo. O pesquisador acredita que o aumento não irá aliviar o preço da tarifa, que representará 19,6% do ganho mensal. “Se ele continuar gastando esses R$ 197,5 vai impactar em 19,6% o salário. Esse aumento continua acima da inflação”, comenta.
Nas ruas, o preço não agrada. Usuários do transporte público ouvidos pelo Campo Grande News afirmam que a qualidade do serviço não corresponde ao preço. Ônibus velhos, frota com poucos veículos e terminais em “péssimo estado” foram algumas das reclamações.
O economista afirma que nos últimos anos o aumento tem ocorrido acima da inflação. O acumulado de novembro foi de 4,5%, explica, e o aumento do passe foi de 6,8%, o que onera o bolso dos trabalhadores.
“Está 2,3% acima da inflação, esse aumento é sempre maior que a inflação, está onerando o usuário, porque o salário mal cobre a inflação, então isso realmente onera o contribuinte e o usuário”, afirma.
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