Contra agressividade e ódio, especialista ensina a se comunicar em redes sociais
15:24 14/08/2017
[Via Campo Grande News]
“As pessoas andam cegas pela emoção”, afirma Ariane Osshiro, facilitadora em Comunicação Não Violenta, de Campo Grande. Em tempos de comentários cada vez mais raivosos e agressivos, principalmente nas redes sociais, faz-se necessário esse tipo de campo de estudo, que ensina como se relacionar com o outro sem agredir, ainda que de maneira acidental.
Ariane, que foi buscar esse conhecimento em São Paulo, iniciou na Capital uma série de encontros para discutir formas de desenvolver uma comunicação baseada na assertividade e na empatia pelo outro. Empatia que é aquele velho conceito de se colocar no lugar da outra pessoa.
E você, sabe como se comunicar no Facebook, por exemplo, sem propagar ainda mais ódio e irritação em outros usuários? Pra muita gente, isso tem sido um desafio diário. “É como se andássemos pelas redes sociais como motoristas de carros de olhos vendados”, explica a facilitadora. “Se todos os motoristas não estiverem enxergando, aconteceriam acidentes. A gente faz isso na web. Falamos palavras muito duras, não enxergamos o outro, vemos apenas a tela do computador”.
Na rede, o internauta não vê a outra pessoa, a que está recebendo a informação. Se sente protegido para agir de maneira que não agiria se fosse pessoalmente. “As pessoas se enchem de razão nas mídias. É só ver o tanto de gente que se manifesta politicamente, mas nas prática elas não saem de casa. Até que ponto estamos sendo autênticos na internet?”, questiona Ariane.
Como se comunicar? – São quatro passos para desenvolver a comunicação não violenta: observação, sentimentos, necessidades e pedido. De maneira resumida, Ariane explica que a observação consiste em, justamente, observar o outro, analisar a situação antes de agir.
Depois, é preciso assimilar quais sentimentos estão envolvidos naquela relação, quais as necessidades da outra pessoa. O pedido é a forma como você se coloca numa conversa/relação. É preciso se impor, formular seus pedidos, mas respeitando o sentimento e a necessidade da outra pessoa.
“É expor seu ponto de vista de uma maneira harmoniosa, adequada, respeitosa, mas sem deixar de se impor por medo de desagradar o outro”.
Um exemplo clássico da comunicação violenta, feita sem analisar a situação e sem pensar nas outras pessoas, são os comentaristas de notícias, que muitas vezes despejam todas as suas frustrações, raiva e ódio nas caixas de comentários. “É preciso entender que, se eu me senti irritado por causa de uma notícia, é por conta de uma necessidade minha, uma frustração minha, que eu preciso lidar, e não as outras pessoas”.
Segundo Ariane, é preciso exercício e focos diários para se policiar nessas situações. E vale nas situações do dia a dia, como no trânsito. “Se um carro me fechou, antes de estourar, eu tenho que lembrar que existe alguém dentro daquele carro, as vezes uma família indo pra casa, com várias emoções e pessoas envolvidas. A gente deve parar de agir sem olhar para o outro. Temos que agir como os humanos que somos e pensar no outro humano também”, finaliza.
Mais informações – Os encontros “Comunicação não Violenta – Transmita sua mensagem com empatia e respeito” já estão acontecendo. O último foi no sábado, dia 12/08. Os próximos serão em 26 de agosto e em setembro, nos dias 02, 09, 16 e 26. Em cada encontro, um tema é trabalhado: Observação, Sentimentos, Necessidades, Pedido, Autenticidade e, por fim, a Empatia.
As inscrições podem ser feitas na Leparole Livraria, que fica na Rua Euclides da Cunha, n. 1126. Informações de horários e investimento pelo telefone 98409-1581.
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