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Chuva de panfletos tem efeito reverso e vizinhança sai em defesa de morador

Circuito MS

18:35 27/03/2019

[Via Campo Grande News

 

A ‘enxurrada de panfletos’ que tomou conta de quatro quadras da Avenida Tiradentes, no Bairro Taveirópolis, repercutiu pela cidade e deixou moradores indignados. Na mensagem, alguém pedia que um ex-policial civil se mudasse do local.

A vendedora ambulante Regiane Martins, 40 anos, acredita que a atitude para denegrir a imagem do vizinho teve um efeito reverso. ”Ficamos contra a pessoa que fez isso. É uma falta de respeito e educação. Cabe à Justiça julgar”, defendeu.

Regiane Martins, 40 anos, acredita que a atitude para denegrir a imagem do policial teve um efeito reverso. (Foto: Marina Pacheco)Regiane Martins, 40 anos, acredita que a atitude para denegrir a imagem do policial teve um efeito reverso. (Foto: Marina Pacheco)

Na mesma linha de defesa, um aposentado de 71 anos, que não quis se identificar, julgou como covarde a atitude de quem espalhou os papéis com as ofensas na rua. ”Cada um resolva seu problema sem denegrir a imagem de ninguém. Foi uma atitude covarde. Quem é essa pessoa para expulsá-lo daqui? No papel diz que a pessoa (que espalhou os papeis) é do bem. Imagina se fosse do mal?”, ressaltou.

O mesmo sentimento é compartilhado por Jesus Alves de Oliveira, 79 anos. ”Falar mal e não divulgar quem está falando é totalmente contra a lei. Um papel desse aí não tem valor nenhum pra mim. Se você faz as escondidas, quem não presta é você mesmo”, disse.

Para Jesus, papeis com conteúdo difamatórios não tem valor. (Foto: Marina Pacheco)Para Jesus, papeis com conteúdo difamatórios não tem valor. (Foto: Marina Pacheco)

Para a vendedora Taynara Martins de Oliveira, 22 anos, nenhum tipo de problema dá o direito a pessoa fazer o que fez contra o ex-policial. ”Problemas com vizinhos qualquer um pode ter, mas isso não dá o direito de sair difamando. Nosso direito acaba quando o do outro começa”, disse.

Segundo a vendedora, apesar do conteúdo dos papéis dizer que a mudança do ex-policial é um desejo de vários moradores, a informação não é verdadeira. ”Apesar de assinar o papel como sendo um pedido também de outros moradores, na verdade é um desejo apenas de quem espalhou e não representa as outras pessoas do bairro”, ressaltou.

Na manhã desta quarta-feira (27), alguns papeis ainda restavam perdidos nas lixeiras e nos quintais de algumas residências.

O caso – Os panfletos foram espalhados em frente da casa do ex-policial e foram jogados por duas quadras da Tiradentes e outras duas na rua lateral, a Rua José Passarelli.

O conteúdo dos papeis, assinados por “moradores locais”, é endereçado ao “morador indesejável da avenida Tiradentes, Edson Alves Martins”. No texto dizia que ele seria criminoso, funcionário do vereador Wellington de Oliveira (PSDB) e que recentemente policiais armados estavam cercando a casa dele.

Rua amanheceu tomada pelos papeis na terça-feira. (Foto: Marina Pacheco)Rua amanheceu tomada pelos papeis na terça-feira. (Foto: Marina Pacheco)

Uma lista de processos foi publicada, cheia de acusações, de abuso de autoridade até tortura em Cassilândia. No fim, em letras garrafais, o pedido: “Faça-nos um favor, e mude-se, com sua família daqui”.

Sobre os processos, consta no TJ-MS que ele foi absolvido da acusação de concussão (exigir vantagem indevida) e de roubo, conforme sentença absolutória de 30 de novembro de 2017. O processo mais recente é do esbulho possessório, em tramitação desde o ano passado, pela 11ª Vara do Juizado Especial de Campo Grande, em que um vizinho de Edson Martins alega que o ex-policial civil invadiu três metros do terreno dele, que seria de 750 M².

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