Justiça

Justiça ouve jovem suspeita de participação em execução filmada

Circuito MS

7:50 02/04/2019

[Via Campo Grande News]

O juiz Carlos Alberto Garcete, da 1ª Vara do Tribunal do Júri, ouviu nesta segunda-feira (1º) Naiara Carolina Menezes Lopes, de 24 anos, suspeita de participação na morte de Richard Alexandre Lianho, no dia 15 de fevereiro de 2017. A jovem era ex-namorada da vítima e também havia sido casada por 4 anos com o principal suspeito de ter encomendado o crime, Leandro de Oliveira, 26 anos, também conhecido como ‘HB20’, encontrado morto 12 dias depois.

Esta foi a primeira audiência que apura a participação da jovem no crime, porém, não a primeira do caso. Em julho do ano passado, Rafael da Silva Duarte foi condenado a 22 anos e 9 meses de prisão pela morte de Richard. Ele foi apontado como a pessoa que levou os envolvidos no crime até o local onde a vítima foi morta e depois ajudou a desovar o corpo na região conhecida como Céuzinho, na saída para Rochedo, em Campo Grande.

Com ele também foram encontradas a arma e a faca usada no crime. Naiara, que afirmou em depoimento que estava separada da vítima há um mês, negou qualquer tipo de participação. Segundo ela, seu ex-marido, Leandro, com quem teve um filho, “tinha ciúmes porque eu não queria mais nada com ele”, o que poderia ter motivado o crime.

A jovem já havia prestado dois depoimentos sobre o caso e, em seguida, afirma ter sido orientada a fugir da cidade. Por conta disso, Naiara não havia sido encontrada no endereço informado à Justiça e teve sua prisão preventiva decretada em junho de 2017. Como ela não foi localizada, a prisão só foi possível no dia 5 de dezembro do ano passado.

Em depoimento, a suspeita informou que “Hb20” havia ido até sua casa, dias antes do crime, armado e pedindo informações sobre a pessoa com quem estaria se envolvendo amorosamente, mesmo tendo afirmado que estaria separada há um mês. Como se negou a passar, a jovem afirma ter sido obrigada a entrar em um carro e que, em seguida, foi levada para um cativeiro.

Trancada em um quarto, a mulher garante ter ouvido o suspeito mexendo em seu celular, até que encontrou informações que levavam até Richard. Apesar disso, Naiara afirmou ainda, que não viu a vítima no mesmo endereço onde estava, mesmo que em uma de suas versões anteriores ela tenha feito essa afirmação.

Sobre a morte, a suspeita revelou que só ficou sabendo do ocorrido três dias depois, pela TV. Nos dias 8 e 15 de março de 2017, ela chegou a prestar depoimento na delegacia, dando versões diferentes em cada uma delas. “Eu estava sendo ameaçada por eles, por isso eu só falei a verdade no segundo”, afirmou.

Apesar da suspeita ter citado o ciúme do ex-marido, não soube afirmar com precisão o que pode ter motivado o crime. Afirmou apenas que Leandro e Richard não se conheciam.

Conforme o Ministério Público, o rapaz foi capturado no dia anterior e mantido em cativeiro por integrantes do PCC (Primeiro Comando da Capital) por ser integrante do Comando Vermelho e ter envolvimento com Naiara Carolina Menezes Lopes.

A mulher teria marcado encontro com a vítima, mas na realidade se tratava de uma emboscada. A mando do marido, dois adolescentes, e o já condenado Rafael, teriam prendido a vítima e submetido ela ao “tribunal do crime”. Os adolescentes são apontados como os executores da vítima, após mando de Leandro.

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