Concorrente da Uber chega à cidade com plano de atrair 4 mil motoristas
11:44 14/10/2017
[Via Campo Grande News]
O terreno fértil para os aplicativos de mobilidade que atraiu à Uber para a Campo Grande, traz, agora, um forte concorrente para a corporativa dos Estados Unidos. Trata-se da ’99 Pop’, ‘um braço’ da 99 táxis, maior aplicativo brasileiro de mobilidade. Bastante semelhante à Uber, o novo serviço do aplicativo abriu cadastro para motoristas da Capital esta semana, segundo a assessoria de imprensa, e tem um plano ambicioso: cadastrar 4 mil motoristas até o final de outubro.
A empresa já atua na Capital, na categoria dos táxis, há cerca de dois anos, segundo a assessoria de imprensa. O foco da ’99 Pop’, com o novo serviço de mobilidade, está na região Centro-Oeste, onde já opera em Goiânia (GO). “Vimos em Campo Grande um potencial para trazer o serviço”, comentou a empresa.
A ’99 Táxis’ afirma que o diferencial está na taxa, que alega ser a menor do mercado para motoristas: 19,99%, enquanto a “concorrência” cobra até 25%, afirma. Além disso, a empresa que lança o novo serviço acredita que os motoristas e passeiros estão em situação mais segura.
“Outro diferencial é a questão da segurança, que é prioridade para a empresa. Uma das principais ferramentas é a possibilidade do motorista parceiro desabilitar o recebimento do serviço em dinheiro e reabilitar a opção quando desejar. O aplicativo também emite um alerta quando o motorista se aproxima de uma área com maior incidência de ocorrências”, declara.
Canal de emergência – A 99 táxis afirma que motoristas e passageiros têm um canal para relatar situações de emergência, que funciona, alega, por 24h.
“A iniciativa é inédita no mercado de apps de transporte individual de passageiros. Por meio do 0800-888-8999, passageiros e motoristas podem relatar ocorrências de segurança 24 horas, 7 dias por semana”, declara.
A empresa ainda promete que as corridas podem ter o valor até 5% menor “do que a principal concorrente”, e que os passageiros podem compartilhar com amigos e familiares todo o trajeto.
Rede de proteção
Empresas como a Uber e a 99 Táxis crescem cada vez mais em todo mundo, especialmente na América Latina, que tem na mobilidade um dos principais desafios. Em países como o Brasil, crise e precarização do transporte público formaram o ingrediente perfeito para o sucesso.
Ainda assim, esbarram na regulamentação. Em Londres, por exemplo, a administração da cidade negou renovar a licença da Uber, alegando que a empresa não comunica à polícia os crimes cometidos por motoristas ‘parceiros’. Outro ponto que desafia o poder público e os juristas é a regulamentação dos vínculos trabalhistas. Os entendimentos variam de acordo com as decisões judiciais.
Em Campo Grande, a Uber contemplou, também, milhares de desempregados da crise econômica que apertou o país em 2016, mas a atividade por aqui também não é regulamentada. A Prefeitura tentou, mas a situação ainda está entre o vai e volta de decretos. O último deles foi derrubado em agosto pela Justiça. A administração tentou recorrer, mas teve o pedido negado. O processo foi julgado pelo juiz David de Oliveira Gomes Filho, da 2ª Vara de Direitos Difusos, Coletivos e Individuais Homogêneos, após ação coletiva movida pelo MPE-MS (Ministério Público Estadual).
O cenário fez com que os motoristas usassem da criatividade para criar uma rede de proteção. Isso porque os ‘parceiros’ de todo o país comunicam-se, agora, por aplicativos que simulam rádiotransmissor, a exemplo do Zello Walkie Talkie. Pelo app, eles compartilham informações e até passageiros ‘por fora’ dos aplicativos de mobilidade.
Um ‘parceiro’ que utiliza o aplicativo de comunicação na Capital relatou que os motoristas sentem-se inseguros, especialmente pela violência. Em Campo Grande, em julho, um condutor se viu no meio de uma ‘execução’ ao carregar passageiros no Jardim Carioca.
Quando um passageiro pede um carro ‘por fora’, por exemplo, e um dos condutores não pode atendê-lo, encaminha para outro ‘parceiro’. Além disso, profissionais de segurança pública que dirigem para os aplicativos nas horas vagas também podem ser acionados para atender acidentes ou assaltos, relatou o ‘parceiro’.
A reportagem ligou para a assessoria de imprensa da Uber, em São Paulo, mas não conseguiu contato.
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