Depois de amargar pelo menos quatro natais com vendas abaixo do esperado, o comércio finalmente está encerrando 2019 com otimismo, principalmente nos shoppings, que ficaram lotados de consumidores e, segundo dado de entidade nacional do setor, alcançaram aumento nas vendas de 9,5%. Em Campo Grande, os centros comerciais ainda não fizeram balanço estatístico, porém o clima é de bons resultados, até superando a estimativa da Alshop (Associação Brasileira de Lojstas de Shopping).

Gerente de duas lojas de moda masculina no Shopping Campo Grande, o maior e mais antigo da cidade, o empresário José Antônio Rocha Guedes, afirma que o crescimento no faturamento atingiu 18%. Para ele, mudanças na economia do País e, ainda, a liberação de recursos do FGTS contribuíram para o resultado positivo. Entre os fatores econômicos citados, estão os juros menores.

De acordo com Guedes, 70% das vendas foram no crédito parcelado. “A média de valor de presenta ficou em torno de R$ 180”, contou à reportagem, ao comparar com o valor verificado no ano passado, com compras entre R$ 100 e R$ 120.

No Shopping Bosque dos Ipês, o caçula da cidade, em seu sexto ano de atuação, a administração só fará o balanço de fim de ano em janeiro. Os dados disponíveis até novembro, no entanto, confirmam a tendência de aumento no fluxo e isso é encarado como indicativo de vendas maiores.

“De janeiro a novembro de 2019, houve um crescimento de 11% no fluxo de pessoas comparado ao mesmo período do ano de 2018”, informa a assessoria de imprensa. “O desempenho também foi positivo com as vendas, que marcou 7,4% de crescimento, confirmando uma melhora na economia do País”, complementa.

No Pátio Central, a leitura, ainda sem números fechados, é bem positiva. Segundo a assessoria de impresa, os lojistas perceberam clima de otimismo do consumidor de outubro para cá. O aumento nas vendas é estimado em 15%.

No Norte Sul Plaza, não foi feita ainda estimativa. A reportagem conversou com a gerente de loja da Arezzo, para quem 2019 “empatou” com o ano passado. Na visão de Mônica Renata Soares Leme, o centro comercial neste ano teve um concorrente direto.

Para ela, a inauguração da “Nova 14 de Julho” atraiu público com o mesmo perfil do que frequenta o estabelecimento e por isso houve mudança nos resultados de venda.

“Novo consumidor” – Diretora da ACICG (Associação Comercial e Industrial de Campo Grande), entidade que representa 8 mil empresas, de rua, de shoppings e galerias, Leni Fernandes encherga, além de “energia positiva” na economia, mudança comportamental dos clientes. De acordo com ela, o comércio teve um ano diferente, pois as vendas foram mais diluídas.

“Mudou o tipo de consumo, não só nas datas principais. No Natal, não havia lojas com fila, nem em outras datas como Dia dos Namorados e das Mães. Foi um ano muito diferente, constante, tivemos crescimento real quanto ao ano passado”.

Para ela, é preciso se adequar, pois o consumidor hoje quer “mercadoria boa, com preço justo, com inovação. Não compra mais qualquer coisa.” Na avaliação da dirigente, 2020 “vai ser maravilhoso”. Mas, segundo ela, só “para quem estiver preparado para esse novo consumidor.”