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Blocos de Campo Grande apostam em Carnaval surpresa para evitar aglomerações

Circuito MS

16:40 27/01/2021

Arquivo/Correio do Estado
Mesmo com Carnaval oficial adiado na Capital, Cordão Valu e Capivara Blasé planejam celebrações virtuais

As festividades de Carnaval foram adiadas em todo o Estado, mas para não deixar o evento passar em branco, os tradicionais bloquinhos de rua de Campo Grande resolveram inovar. O Cordão da Valu e a Capivara Blasé farão as marchinhas de forma on-line neste ano, mas sem divulgar horários definidos para evitar que foliões se aglomerem.

No sábado (13) e na terça-feira (16) de fevereiro, o trio elétrico do Cordão Valu passará pelas ruas de Campo Grande com a banda do bloco para quem der a sorte de cruzar com o grupo. O horário e o trajeto nãos serão divulgados, mas o evento será transmitido ao vivo pelas redes sociais da organização.

O grupo conta com a parceria da Secretaria Municipal de Cultura e Turismo (Sectur).

“É uma espécie de carreata, só passa e não para. Em cima vamos ter a banda do Cordão, com as marchinhas, e atrás, no sábado, vamos fazer o Corso Carnavalesco, um desfile com os fundadores do grupo e seus carros fantasiados. Eles também só vão saber o trajeto e o horário no dia, para evitar de vazar”, explicou Silvana Valu, fundadora do Cordão.

A Capivara Blasé vai lançar uma websérie no domingo (14) e segunda-feira (15), onde contará a história do bloco desde sua fundação, em 2014, até o último evento, em 2020. “A gente nasceu ali na Esplanada Ferroviária, no início tinha 300 pessoas e no ano passado chegamos a 50 mil, a cidade adotou”, apontou o organizador do bloco, Vitor Samudio.

Além da websérie, que foi feita com incentivo da Lei Aldir Blanc, a banda da Capivara também fará lives nos dias que o bloco iria para rua. “Ainda não estamos divulgando o horário certinho para não causar aglomerações, vai ser um lance meio surpresa. Mas será nos dias que era para estarmos na rua”, relatou Vitor.

Todas as atrações ainda não foram definidas, por isso o grupo começará a divulgar o evento a partir de segunda-feira (1º), pelas redes sociais, onde as lives também serão transmitidas.

Preocupação

Em meio a pandemia do coronavírus, a principal preocupação dos organizadores é celebrar a festa em segurança.

“A gente entende que carnaval é alegria e sem vida não é alegria. O que estamos fazendo é uma forma de manter vivo, embora não tenha Carnaval na rua em fevereiro, é uma data da cultura brasileira que está na cabeça das pessoas, se a gente não pode contribuir para alegria na rua, podemos contribuir virtualmente”, disse Vitor Samudio, da Capivara Blasé.

Em oito anos de existência, é a primeira vez que o bloco não vai para a rua. Vitor avalia que a adaptação neste ano vai gerar ainda mais motivos para celebrar os próximos carnavais.

“Quando os blocos forem para rua novamente vai ter uma explosão de alegria. Quando as pessoas se libertarem nada vai ser mais emblemático que o Carnaval, mas antes as pessoas precisam estar em segurança, em primeiro lugar vem a vida”, concluiu.

A expectativa é a mesma para a equipe do Cordão Valu, que comemoraria 15 anos de Carnaval nas ruas de Campo Grande em 2021.

“Olha por um lado a gente fica triste por ser Carnaval e não poder ir para a rua, a gente sempre espera chegar a data na maior alegria. Mas, por outro lado, nós também não estamos no melhor espírito para fazer o Carnaval de todo ano, pelo menos não enquanto não houver vacina e estivermos seguros”, apontou Silvana Valu.

Se o cenário for positivo e a incidência da doença diminuir na Capital até o fim do ano, a expectativa do Cordão é celebrar os 15 anos de fundação do bloco, em dezembro.

“Esse ano seria emblemático, 15 anos de rua, mas para o ano que vem estamos com grandes expectativas para que essa vacina saia. Também vamos fazer o aniversario em dezembro, mas tudo depende da vacina”, avaliou Valu.

Fundação de Cultura adia Carnaval deste ano em todo Mato Grosso do Sul

O Carnaval de 2021 foi oficialmente adiado em Mato Grosso do Sul. O evento tradicionalmente realizado no mês de fevereiro, neste ano está previsto para acontecer nos meses de maio, junho ou junho.

A decisão foi tomada pela Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul (FCMS), em parceria com Secretaria Municipal de Cultura e Turismo (Sectur) e a Liga das Escolas de Samba de Campo Grande.

Datas específicas ainda não foram definidas. De acordo com a FCMS, tudo vai depender do andamento da vacinação contra o coronavírus no Estado, além da autorização do Governo do Estado, que atualmente estabelece restrições para conter o contágio da doença.

A pasta alegou ainda que o cancelamento da festa não é cogitado, pois é um evento que movimenta a economia do Estado e de autônomos que dependem financeiramente da realização das festividades.

“O Carnaval somente deixará de ser realizado em último caso, se as condições de saúde da população devido à pandemia não melhorarem e os decretos municipais não forem flexibilizados”, emitiu em nota.

Outros estados

Salvador e São Paulo já decidiram que farão Carnaval unificado entre 8 e 11 de julho deste ano.

Já o prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, decidiu suspender o carnaval fora de época que havia sido planejado para julho.

Paes explicou que o carnaval exige uma grande preparação por parte dos órgãos públicos e das agremiações e instituições ligadas ao samba, o que ele não considera possível fazer nesse momento.

“Dessa forma, gostaria de informar que não teremos carnaval no meio do ano em 2021″, disse o prefeito, que completou: “certamente em 2022 poderemos (todos devidamente vacinados) celebrar a vida e nossa cultura com toda a intensidade que merecemos”.

Carnaval 2020

No ano passado, os quatro dias de Carnaval na Esplanada Ferroviária em Campo Grande contaram aproximadamente 115 mil foliões. Foi necessária até mesmo a intervenção da Polícia Militar, que dispersou a multidão com spray e balas de borracha.

De acordo com a Guarda Municipal, o desfile das escolas de samba de Campo Grande, realizado na Praça do Papa, teve cerca de 4 mil pessoas para assistir mais três escolas de samba na pista do sambódromo.

Via Correio do Estado

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