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Após 14 anos do acidente em Congonhas, Infraero anuncia instalação de novo sistema de frenagem no aeroporto

Circuito MS

16:42 28/01/2021

A ferramenta consiste em uma camada de materiais porosos colocada nas extremidades das pistas, que causam atrito se entram em contato com o avião

A Infraero anunciou que vai instalar no Aeroporto de Congonhas um novo sistema de frenagem inédito no Brasil, o Engineered Materials Arrestor System (EMAS), em português, sistema de materiais de engenharia para detenção de aeronaves.

A ferramenta consiste em uma camada de materiais porosos colocada nas extremidades das pistas, que causam atrito se entram em contato com o avião. Dessa forma, quando alguma aeronave passar da área segura da pista por eventual motivo, ela afundará na superfície pista, sem colocar em risco a vida dos passageiros.

Após uma única utilização o sistema precisa ser completamente refeito por causa dos estragos que gera no concreto. Contudo, a segurança do mecanismo está comprovada, sem nenhuma vítima grave.

Em 2016, uma aeronave que estava transportando o então vice-presidente dos Estados Unidos, Mike Pence, deslizou para fora da pista no aeroporto LaGuardia, em Nova York. O aeroporto tinha um sistema semelhante ao que será instalado em Congonhas, o que possibilitou que todos os passageiros saíssem ilesos.

A empresa suíça KIBAG foi contratada pela Infraero para o serviço. Ainda não há uma data definida para a instalação do sistema, já que primeiro serão elaborados os projetos de engenharia.

Informações preliminares compartilhadas por um executivo da KIBAG nas redes sociais indicam que não será necessário diminuir o tamanho da pista.

Congonhas é um dos mais movimentados do Brasil. Em 2019, teve quase 22 milhões de passageiros transportados.

Ele é localizado dentro do perímetro urbano de São Paulo, envolvido por prédios e edificações que foram construídos ao longo dos 84 anos de operação do terminal.

Por essa peculiaridade, não há espaço disponível para ampliação das pistas de pousos e decolagens, que estão entre as mais curtas dos principais aeroportos brasileiros.

Em 2007, o voo 3054 da TAM, que saiu de Porto Alegre para a capital paulista, não conseguiu parar e passou sobre a Avenida Washington Luís direto pela pista e atingiu um prédio da própria empresa. Todas as 187 pessoas que estavam no avião e outras 12 em solo morreram.

A investigação apontou diversos elementos que contribuíram para o acidente, entre eles uma falha decisiva na ação dos pilotos que mantiveram um dos motores indevidamente acelerando o avião. Mas ficou claro que se houvesse uma pista maior, ou não existissem edificações muito próximas ao terminal, muitas vidas poderiam ter sido salvas.

Após este acidente, a pista passou por reformas e teve seu tamanho útil reduzido para que houvesse uma margem de segurança maior para as operações.

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