Saúde

Conjunto de reações químicas do corpo, metabolismo pode influenciar no processo de perda de peso

Circuito MS

11:52 22/03/2021

Médica explica como funciona o metabolismo e sua influência no processo de emagrecimento

Conjunto de reações químicas do corpo, o metabolismo é capaz de influenciar na perda de peso, podendo ser um dos responsáveis por tornar o processo mais lento ou mais rápido.

No entanto, de acordo com a médica endocrinologista Renata Antonialli, ao contrário do que se imagina, o metabolismo também pode ser influenciado por diversas características, como sexo, idade, peso, altura e hábitos saudáveis adotados por um indivíduo.

O metabolismo é o conjunto de reações químicas que acontece nas células para a manutenção e o equilíbrio de todas as atividades do nosso organismo.

“Ele é constituído por dois processos bioquímicos, o anabolismo, caracterizado pela construção de moléculas fundamentais para o desenvolvimento do organismo e reparo de danos celulares, e o catabolismo, caracterizado pela quebra de moléculas para o fornecimento de energia para as importantes atividades do nosso corpo”, ressalta a médica, que também é especialista em metabologia.

Além disso, há o metabolismo basal, que corresponde à quantidade mínima de energia necessária em um período de 24 horas para que o nosso corpo funcione adequadamente em repouso. “Ou seja, é a quantidade de energia que precisa para o seu coração bater, para você respirar, para você fazer a digestão dos alimentos, enfim, para você sobreviver”, frisa. “Cada pessoa possui uma taxa metabólica basal diferente e individual, que varia de acordo com sexo, idade, peso, altura e atividades que pratica”, complementa.

O consumo de determinados alimentos pode auxiliar na melhora do metabolismo, segundo Renata.

“O consumo de proteínas e fibras, além de alimentos ditos ‘termogênicos’, como café, chá-verde e pimenta, podem ajudar a melhorar o metabolismo. Mas a influência do consumo desses alimentos termogênicos na perda de peso é praticamente nula. É importante ressaltar que para o indivíduo emagrecer, ele precisa consumir menos calorias diárias do que a sua taxa metabólica basal”, explica Renata.

Perda de peso

De acordo com a médica, o metabolismo realmente facilita a perda de peso.

“As pessoas com metabolismo acelerado tendem a gastar mais rápido as calorias, facilitando a perda de peso. Já as pessoas com metabolismo lento tendem a acumular mais calorias, facilitando o ganho de peso”, explica.

Porém, além do estilo de vida, a genética também influencia no desempenho do metabolismo. “Os termos como metabolismo rápido ou lento ficaram popularmente conhecidos por estarem relacionados à facilidade de emagrecer ou engordar. Essa diferença entre o metabolismo ser mais ‘acelerado’ ou mais ‘lento’ é influenciada principalmente por fatores genéticos e hábitos de vida de cada pessoa”, pontua Renata.

A melhor forma de impulsionar o metabolismo é adotando uma vida saudável, ou seja, com uma alimentação balanceada e prática de exercícios físicos. “Investir em hábitos saudáveis contribui para melhorar o seu metabolismo. Entre esses hábitos, a prática de exercício físico, hidratação adequada, manejo do estresse, manutenção de uma boa massa magra, um sono de qualidade e até o consumo de alguns alimentos podem ajudar”, ressalta.

Já os termogênicos sintéticos devem ser vistos com cautela pela população. “O uso de termogênicos sintéticos, como os que possuem efedrina, fenilpropilamina, aminorex, etc., não são seguros, não funcionam e podem acarretar efeitos colaterais importantes”, afirma.

Genética

A genética também pode influenciar no metabolismo e, consequentemente, na perda de peso.

“Nesses casos a influência genética conta muito. Existem pessoas com uma genética que favorece o emagrecimento, as famosas ‘magras de ruim’. Aquelas que comem de tudo, e muito, e não engordam. No entanto, essa não é a regra. Perder peso é ‘antinatural’, e por isso temos mecanismos de defesa para driblar o emagrecimento. Somos ‘bons estocadores’, e isso faz parte da nossa evolução, para proteção da espécie”, explica.

A médica exemplifica que o corpo tende a aumentar a sensação de fome sempre que ocorre a perda de peso. “Um exemplo disso é que a cada 5 quilos que emagrecemos, o corpo aumenta nossa fome em 500 kcal. É como se, à medida que fôssemos perdendo peso, o nosso metabolismo fosse ficando mais lento, na tentativa de não deixar o nosso estoque de gordura ir embora”, reforça.

Via Correio do Estado

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