Comportamento

Depois de tomar tiro, artista encontrou nas telas multicoloridas seu caminho

Circuito MS

7:20 01/11/2017

[Via Midiamax]

Os quadros multicoloridos já são sua marca registrada, e são nessas telas que o artista plástico José Eduardo Borges Daniel, 44 anos, encontra seu maior tesouro: o talento. Com uma história de vida bastante difícil, ele superou um trauma físico usando a pintura e a arte.

Há cerca de três anos ele sofreu um grave acidente envolvendo uma arma de fogo e perdeu os movimentos do corpo. Foi assim que ele passou de um pintor residencial para um artista plástico.

Nascido em Campo Grande, as tintas, pinceis e cores sempre foram uma realidade presente em sua infância. “Meu pai era pintor de parede, venho de uma família de trabalhadores com pintura, construtores. Meus tios e avôs também trabalhavam com isso, era toda a família envolvida”, recorda-se o artista.

Nas férias escolares, o pequeno José Eduardo ia com o pai “brincar” de pintar muitas igrejas, e se deslumbrava com a grandeza das imagens de santos espalhadas ao seu redor. “Eu ‘brincava’ de restaurar aquelas imagens, de pintar aquilo. Foi assim que me tornei profissional da pintura”, afirma.

A bala à queima-roupa o deixou sem alguns dos movimentos do corpo, que são essenciais para trabalhar com pintura residencial. Um belo dia, em plena recuperação, pediu que uma amiga, que trabalha com telas de pintura, lhe trouxesse alguns materiais para que ele pudesse passar o tempo em que se encontrava em recuperação, hospitalizado.

“Eu pintei uma árvore, pois me sentia assim. Me sentia preso, uma árvore plantada, enraizado, e foi a primeira coisa que saiu ali naquela tela”, relembra. “Aí fui evoluindo”, acrescenta.

Logo, as pessoas pediam mais quadros e os temas foram se expandindo, assim como as cores. Ele retrata da natureza e o Pantanal, aos ipês e nossos animais da fauna, um leve traço lembra o estilo de arte naif, aquela que se despe da técnica apurada para encontrar a verdadeira essência do artista. “As vezes a pintura me leva para outro lugar pois é tudo muito intuitivo. Eu começo de uma forma, vou escrevendo, e quando vejo, virou algo muito diferente do que eu havia imaginado”, relata.

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