Geral

Nível do Rio Paraguai chega a -60 centímetros, segundo menor índice da história

Circuito MS

9:21 24/10/2021

Chuvas fizeram nível começar a subir novamente, mas seca continua impedindo navegação

O nível do Rio Paraguai atingiu a marca de 60 centímetros negativos (-60 cm), sendo o segundo menor da história, em Mato Grosso do Sul.

O menor nível já registrado no rio é de -61 cm, em setembro de 1964.

Conforme o site Diário Corumbaense, as chuvas que atingiram Corumbá e Ladário nas últimas semanas fizeram com que o o nível do rio subisse cinco centímetros, mas a medição continua negativa.

Apenas em outubro, a seca deste ano superou outras quatro históricas, que haviam ocorrido em  setembro de 1971 (-57 cm); outubro de 1967 e setembro de 1969 (-53 cm) e em outubro de 1910 (-48 cm), segundo o Serviço Geológico do Brasil – CPRM.

O menor nível do rio deste ano, de -61 cm, foi medido nos dias 16 e 17 de outubro.

Com a chuvam nos dias 21 e 22 de outubro, o nível já havia subido, sendo registrado 55 centímetros negativos na estação de Ladário, segundo o monitoramento feito pelo Centro de Hidrografia e Navegação do Oeste.

Ainda segundo o site, boletim do CPRM aponta que, na última semana, “o rio Paraguai começou a apresentar uma tendência de estabilização do seu nível na maioria das estações de monitoramento de sua calha”.

Além disso, os modelos de previsão “indicam a tendência de estabilização do nível d’água na maioria das estações”.

Isto porque já teve o início o período de chuvas, com previsão de precipitações mais constantes para as próximas semanas.

Desta forma, a expectativa é que o nível do rio se estabilize, com tendência de elevação, não atingindo a maior seca da história.

Para as próximas três semanas, prognóstico é de que o rio suba 27 centímetros.

Baixo nível

Pelo segundo ano consecutivo, a cheia do rio Paraguai, que drena a Bacia do Alto Paraguai e o bioma Pantanal, não ocorreu por causa da crise hídrica.

O nível negativo em Ladário é registrado desde o dia 11 de setembro, o que só foi marcado em 1º de outubro do ano passado.

Em razão ao nível crítico, as navegações no Rio Paraguai foram paralisadas.

A região de fronteira entre Brasil e Bolívia tem previsão de movimentar em torno de US$ 100 milhões entre os meses de outubro e dezembro. Esse comércio, porém, está seriamente afetado com a redução drástica da calha de navegação do sistema de Hidrovia Paraguai-Paraná.

No Brasil, a situação já estava definida, e a hidrovia praticamente tinha paralisada. Na Bolívia, ainda havia navegação, o que deixou de ser feito a partir de setembro.

Deste forma, o transporte de diversos produtos, como minério, soja, ureia, entre outros, passou a ser feito por meio rodoviário, o que gera impactos nas rodovias e tem custo maior.

Os impactos dessa realidade passaram a ser sentidos entre Puerto Quijarro e Corumbá, distante pouco mais de 420 km de Campo Grande.

Além da falta de chuvas, a redução do nível do rio tem ligação com a temperatura. A Embrapa Pantanal apontou que desde 2020 há uma elevação de 2ºC na região, em média. Com termômetros ultrapassando os 40ºC em diversos dias, esse calor causa uma evaporação muito maior na Bacia do Paraguai.

Comente esta notícia