Fogo no Pantanal atingiu cerca de 1,7 milhão de hectare neste ano
15:51 24/11/2021
Bombeiros concluíram operação na região nesta terça e contabilizaram redução de 50% da área destruída.
A maior operação de combate ao fogo no Pantanal registrada até hoje em Mato Grosso do Sul conseguiu reduzir em 50% a destruição neste ano em comparação ao que ocorreu em 2020.
Durante quase 5 meses, a Operação Hefesto, dos Bombeiros, mobilizou 800 integrantes da corporação.
Só em ocorrências, foram mais de 6 mil atendimentos e, com isso, as chamas atingiram em torno de 1,7 milhão de hectare no bioma.
Em 2020, 3,4 milhões de hectares foram destruídos (23% do Pantanal).
Esse balanço foi divulgado nesta terça-feira (23) em Corumbá, com a conclusão dos trabalhos da Hefesto.
A desmobilização dos Bombeiros representou a saída de 55 militares do Batalhão da Capital do Pantanal.
Por conta desse trabalho, além do efetivo local, bombeiros de outras partes do Estado deslocavam-se para atuar por cerca de 15 dias quase que ininterruptamente.
“O importante é preservar e conservar o Pantanal. Tivemos um combate de 144 dias dos incêndios florestais e também na salvação de animais com um grupo específico, formado neste ano (Gretap). Tivemos 800 bombeiros militares trabalhando na operação (Hefesto), mais de 120 viaturas, mais de 500 equipamentos sendo utilizados. Foram empregadas 15 aeronaves. Foi uma ação de combate intenso e maior do que em 2020. Isso fez com que reduzíssemos em 50% a área atingida”, contabilizou o subcomandante dos Bombeiros, coronel Artêmison Monteiro de Barros. Ele veio de Campo Grande para Corumbá para fazer o encerramento da operação.
A Hefesto atendeu mais de 6 mil ocorrências entre 3 de julho e 23 de novembro.
Junto com os Bombeiros também atuaram o Instituto do Homem Pantaneiro (IHP), PrevFogo (Ibama), brigadistas particulares que atuam em fazendas, ribeirinhos, Marinha, Defesa Civil Estadual e os órgãos municipais, bem como integrantes do Grupo de Resgate Técnico Animal Cerrado-Pantanal (Gretap), que foi criado agora em 2021.
Diferente do que ocorreu ano passado, desta vez os Bombeiros atuavam tanto no combate ao incêndio como no cuidado com áreas próximas onde principalmente havia vida animal.
Nesse momento, membros do Gretap acompanhavam os militares para atender animais silvestres e domésticos.
As operações conjuntas foram cinco ao todo, nestes cinco meses. Na estatística, 14 animais acabaram morrendo, sendo que oito foram pela ação do fogo. No total, 28 conseguiram ser salvos.
As ações para enfrentar o fogo no Pantanal foram empenhadas mediante um investimento direto nos Bombeiros em cerca de R$ 11 milhões por parte do Estado.
Com esses recursos, o governo de Mato Grosso do Sul comprou equipamentos para serem utilizados em Corumbá, Coxim, Miranda, Aquidauana, Porto Murtinho e algumas outras regiões.
Além da redução no geral com relação à área devastada pelo fogo, os Bombeiros ressaltaram que a proteção em algumas regiões foi fundamental.
Como é o caso da Serra do Amolar, que pertence a um quadro considerado mais selvagem de vegetação do Pantanal.
Por lá, em 2021, a redução de registros de fogo foi de 86%. Em áreas indígenas, esse número caiu 42%.
O subcomandante dos Bombeiros explicou que apesar das reduções, o registro de incêndio ainda é fator preocupante e representa em ação contínua da corporação, bem como de outros órgãos.
“(O fogo) É um problema cultural, que vem de muito tempo. As pessoas ateiam fogo para limpeza de áreas, para renovação de pasto. Temos que ter um meio termo nisso. Realizar um manejo adequado com esse fogo, talvez. Ano que vem, vamos intensificar mais ainda, vamos fazer palestras de conscientização. Temos, inclusive, um plano com o Sebrae para divulgar a parte de consciência ambiental”, explicou coronel Monteiro.
O sistema Pantanal em Alerta, dos Bombeiros com o Ministério Público Estadual, apontou que nesta terça-feira (23) havia 178 pontos de calor identificados, sendo a maioria na região de Corumbá (151).
Os demais estavam na divisa com Aquidauana e São Gabriel do Oeste (7) e na divisa com Miranda (19).
Ao todo, 40 propriedades registravam os focos. O registro mais rigoroso desses incêndios foi a identificação de mais de 6 mil focos de calor, em mais de uma centena de propriedades.
O trabalho de combate ao fogo no bioma não foi encerrado por completo. Apesar de a operação ser considerada concluída a partir desta terça-feira, as ações agora são específicas para atendimento dos Bombeiros de Corumbá.
Via Correio do Estado
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