Reajuste na gasolina não chega a consumidor final e combustível continua caro
16:24 15/12/2021
Foi anunciada redução no preço praticado pelas refinarias, mas valor segue alto até chegar nas distribuidoras
Com anúncio de que o preço da gasolina sofreria redução de até R$ 0,10 nas refinarias a partir de hoje (15), o Campo Grande News percorreu postos de combustíveis na Capital e verificou que o desconto não é praticado em alguns locais, que ainda têm lote antigo do produto, com o preço sem o reajuste.
A redução também é incerta nos próximos dias, por conta de diferentes variáveis que influenciam no valor até chegar no consumidor final. A própria Petrobras afirma que tais mudanças não impactam imediatamente, nem necessariamente os preços nas bombas, por conta de impostos e margens de distribuidores e revendedores.
O posto Taurus, na Rua 26 de Agosto com a Avenida Calógeras, foi o mais barato encontrado pela equipe nesta manhã, com o litro da gasolina saindo por R$ 6,33.
Em seguida, o Alloy da Avenida Fernando Corrêa da Costa com a Rua 14 de Julho pratica preço de R$ 6,34 por litro. Um funcionário, que preferiu não se identificar, afirma que a distribuidora terá uma redução de sete ou oito centavos, mas que só será sentida a partir de amanhã. “A gente só vai conseguir reduzir a partir de amanhã, com a nova carga. Ainda temos a carga antiga e precisamos vender”.
Posto Petrobras, na Calógeras com a Fernando Corrêa da Costa, vende o combustível a R$ 6,39, mesmo preço praticado por outro posto na Calógeras com Rua da Liberdade, de bandeira Shell. Em um Locatelli, na Avenida Salgado Filho com a Rua Rui Barbosa, o litro é vendido a R$ 6,49.
Também na Rui Barbosa, mas com a Rua Helio Castro Maia, um posto Petrobras vende a R$ 6,48 e posto APM com a Rua Bariri comercializa a R$ 6,49.
Em posto Ipiranga na Avenida Eduardo Elias Zahran, pratica-se preço de R$ 6,39. Ao Campo Grande News, a gerente, que preferiu não se identificar, diz que a diferença poderá ser de aproximadamente nove centavos, mas que os impostos – cobrados pelo Estado e pela União – podem tirar o impacto do desconto final.
“Não sei o valor exato. Só saberemos quanto foi repassado quando chegar o novo carregamento. Com isso, em cima do que foi reduzido, eles vão ver o que será gasto. Está realmente difícil, porque na mesma proporção que cai, sobe. Na semana passada, subiu, e nesta semana, cai”.
Ela diz também que há dificuldade em reduzir o valor, mas que isso pode acontecer com base na concorrência. “Não tem como baixar, já que o posto está cheio no preço antigo. Se o concorrente baixar, vou ser obrigada a reduzir também para não perder venda”.
Aumento – O encanador Paulo Marcos de Oliveira, de 36 anos, usa motocicleta do trabalho para se locomover, mas também tem automóvel próprio. Segundo ele, se o preço não reduzir, vai considerar andar de bicicleta. “O problema é que o brasileiro está acostumado com isso e quando vê, você tem que abastecer. O ideal seria que todo mundo parasse, fizesse uma greve de abastecimento – iria quebrar e forçar a reduzirem”, opina.
Levantamento feito pela reportagem, com base em dados da ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis), indica que a média atual do preço da gasolina, nos meses de dezembro, em Mato Grosso do Sul, é a maior desde 2004.
Vale ressaltar que, ao longo dos anos, o salário mínimo brasileiro sofreu alterações, que devem ser consideradas para esta análise. Contudo, somente no ano de 2021, com o piso salarial em R$ 1,1 mil, o crescimento foi expressivo. Em meados de janeiro, o valor era de aproximadamente R$ 4 por litro e se aproxima de R$ 7 no final do ano.
Via Campo Grande News
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