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Mesmo com crise de oferta, venda de carros foi maior neste ano

Circuito MS

15:12 27/12/2021

Tanto o mercado de veículos novos, quanto o de usados, devem fechar 2021 com alta nas vendas

O mercado de automóveis em Mato Grosso do Sul fechou o ano com vendas positivas.

Mesmo com a falta de chips para carros novos, que consquentemente reduziram a fabricação, em 2021, a venda foi 9,84% a mais que o ano passado, saindo de 42.999 para 47.232.

Já os veículos usados tiveram aumento de 5,19% nas vendas, enquanto em 2020 foram 188.773 em 2021 subiu para 198.572.

Os dados são da Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave) e Federação Nacional das Associações dos Revendedores de Veículos Automotores (Fenauto).

Para o especialista em compra e venda de veículos, Sérgio Ferraz, a diferença nas vendas pode estar relacionada à falta de oferta de novos veículos.

“O motivo é a falta de disponibilidade de veículos novos, aliado a crescente alta nos preços.”

“Além de no começo [da pandemia] em decorrência da paralisação das fábricas, falta de materiais e posteriormente pela “crise dos semicondutores” que perdura até os dias de hoje, situação que gerou uma crise global de falta de veículos 0km”, explicou Ferraz, que também é proprietário da SF carros e camionetes.

Conforme avalia a Fenabrave,  historicamente, o mercado dos seminovos sempre foi maior que os novos.

“O mercado como um todo ficou bem bagunçado. A falta de veículos novos, fez com que os seminovos se valorizassem muito.”

“Historicamente, o segmento de veículos seminovos sempre foi um comércio muito maior”, disse em nota.

Ainda de acordo com a Fenabrave-MS, houve mês que os veículos vendidos só eram entregues entre 5 e 6 meses depois.

“O atraso na produção, a falta de componente, a paralisação de algumas fábricas, gerou todo um processo, o que também acaba culminando nas vendas”, acrescentou.

VENDAS NOVEMBRO

Por outro lado, se comparar os meses de novembro, houve queda de 12,83% nos veículos novos, com venda de 4.396 em 2020 e 3.832 em 2021.

Já para os automóveis usados, a retração foi de 22,97%, saindo de 20.316 para 15.650.

Conforme dados da Fenabrave, os veículos de passeio e comercial leve fecharam novembro com 1.965 vendas, sendo 1.422 e 543, respectivamente.

Caminhões foram 127 e ônibus 8, totalizando 135 novos emplacamentos.

Moto 1.307; implemento rodoviário 264; outros veículos não específicados foram 161.

Em se tratando dos usados, segundo a Fenauto, foram 8.880 automóveis de passeio vendidos; 2.539 comercial leve; 521 comercial pesado; 3.271 motos e 439 outros veículos não especificados.

PREÇOS

Além da escassez de veículos no mercado, o preço também teve alta. Conforme explica o especialista em compra e venda, Sérgio, nos últimos 2 anos, os preços tiveram média de alta de 35%.

Como exemplo, Ferraz disse que, a Amarok Highline V6, por exemplo, que em março de 2019 custava R$178.000, atualmente está R$ 295.000 com produção limitada, uma alta de 65% em menos de 2 anos.

“Consequentemente com a alta do 0km e a escassez de produção, os veículos usados também dispararam, esse mesmo veículo, ano 2019 modelo 2020 é negociado atualmente na faixa de R$ 250.000”, completou.

Segundo ele, ao menos, até o segundo semestre de 2022, os preços continuarão subindo, devido as fábricas de semicondutores estarem com a produção comprometida e sem capacidade de produção imediata.

PERSPECTIVAS 2022

Para a Fenabrave, as expectivas de vendas para o ano que vem são positivas, no entanto, esperando em uma recuperação total somente em 2023.

As perspectivas para o ano que vem são muito boas. Teremos a recuperação da indústria, a chegada de componentes. A indústria retomando a produção.

No ano que vem ainda não vai ser aquele cenário extremamente positivo, acreditamos que esse cenário vai se recuperar, realmente, em 2023.

Em contrapartida, para Sérgio Ferraz, em 2022 deve se esperar um novo modelo de mercado.

“Ao meu ver, as montadoras já enxergaram que “trabalhar sob demanda” é bem mais rentável que o modelo antigo de produção, onde víamos pátios e concessionarias abarrotadas de veículos em estoque. Fabricação depois do pedido, concessionárias menores, esse possivelmente será o futuro próximo dos veículos 0km no Brasil”, concluiu.

Além disso, Ferraz também citou uma possível crise por falta de magnésio, material utilizado para fazer liga de alumínio.

Entre as peças feitas com magnésio estão painéis de carroceria, rodas, eixos, blocos de motor, freios, placas de suspensão, tanques de combustível entre outras coisas.

“Assim, com alumínio e magnésio interligados, é alta a possibilidade de que uma crise de abastecimento possa ocorrer”, finalizou.

Via Correio do Estado MS

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