Pantanal ainda sofre com escassez e pode ter cheia comprometida novamente
11:51 04/02/2022
Período de seca comum entre os meses de maio a setembro, tem se estendido por todo o ano
Dados do Serviço Geológico do Brasil (SGB-CPRM) mostram que o Pantanal sul-mato-grossense ainda vive uma de suas piores crises hídricas da história, e deve enfrentar a escassez pelos próximos anos. Seu período de cheia, inclusive, está comprometido novamente.
O período com menos chuvas é comum no bioma entre os meses de maio a setembro. Contudo, o problema é que essa seca tem se estendido por todo o ano.
A ausência de cheia no Rio Paraguai também é uma ameaça para o Pantanal, que é uma das maiores planícies alagáveis do planeta sendo localizada em três países: Brasil, Paraguai e Bolívia.
Nos últimos dias o Rio Paraguai apresentou elevação de seu nível em Cáceres (MT), em Ladário e em Porto Murtinho. PNo entanto, os níveis registrados ainda se situam nas proximidades da zona de atenção para mínimas.
Pesquisador do SGB-CPRM, Marcelo Parente Henriques, atua no Sistema de Alerta Hidrológico do Rio Paraguai e explica que o período de chuvas na bacia, iniciado em outubro passado, vem apresentando volumes com intensidade e constância maiores quando comparado aos anos anteriores.
“Isto já é um grande diferencial, entretanto, ainda é inoportuno afirmar que será o suficiente para uma recuperação plena do nível do rio Paraguai, tendo em vista os baixos níveis registrados ao longo dos últimos três anos”.
Henriques também aponta que não houve uma recuperação dos níveis, demonstrando um ano mais seco.
“A exceção é o rio Taquari, onde os níveis estão bastante altos, inclusive com a ocorrência de inundação na região, conforme o Aviso 21 emitido pela Sala de Situação no dia 2 de fevereiro”.
Áreas úmidas
Para chamar a atenção sobre a necessidade da proteção do meio ambiente e os benefícios que proporcionam a população, foi instituído no dia 2 de fevereiro o Dia Mundial das Áreas Úmidas.
São consideradas áreas úmidas toda a extensão de pântanos, charcos e turfas, várzeas, rios, pantanais, estuários, manguezais e até os recifes de coral. Esses ecossistemas são de altíssima relevância ecológica e fundamentais para a manutenção dos estoques de água do mundo
O gerente de Recursos Hídricos do Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul (Imasul), Leonardo Sampaio, ressaltou que áreas úmidas abrigam várias espécies peculiares ou endêmicas destas regiões, ou seja, espécies que só vivem nestes lugares específicos.
“São regiões essenciais para os anfíbios, répteis e para as aves migratórias, que dependem desses locais para reprodução e migração, além de ajudar na redução das mudanças climáticas, pois estes ambientes retiram quantidades significativas de carbono do ar”.
Via Correio do Estado MS
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