Avenida Ernesto Geisel vira local de descarte irregular de lixo
16:05 03/03/2022
Para moradores, obras paralisadas referentes aos projetos de revitalização e contenção estrutural colaboraram para a situação atual na via da Capital
Com obras inacabadas, a Avenida Ernesto Geisel vive agora um novo problema, o descarte irregular de lixo.
Considerada uma das principais vias de Campo Grande, o local se tornou um verdadeiro depósito de restos de móveis, pneus, sacos de lixo e entulhos de construções.
O trecho, próximo a um dos shoppings da Capital, assusta quem passa pelo local.
O cenário é de abandono, com lixo por todos os lados, matagal alto e paredões de contenção para enchentes do Rio Anhanduí inacabados.
A comerciante Geisa Mara dos Santos, de 44 anos, já perdeu suas esperanças quanto à melhoria do local.
“Eu tenho minha conveniência aqui há 20 anos, fiquei contente com o início das obras de revitalização, pensei que fosse a respostas para os problemas que tínhamos aqui, mas foi totalmente contrário ao que eu esperava, só ficou pior, as obras só ficam paralisadas e agora com entulhos”, relatou.
Geisa explicou que durante o dia, a vizinhança fica em alerta cuidando de quem tenta fazer descarte, mas que é preciso mais atenção do poder público.
“Eu e meus vizinhos passamos o dia evitando que as pessoas joguem mais lixo, tem dias que até brigamos com alguns, isso é crime. Mas eu acho que isso não está certo, não é nossa obrigação fazer isso, o poder público tinha de ser mais presente, o lugar está abandonado, e isso não ta certo”, afirmou.
Penalidade
A reportagem do Correio do Estado entrou em contato com a Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Desenvolvimento Urbano (Semadur) questionando sobre as ações de fiscalização para o combate dos descartes irregulares.
Em nota, a Pasta comunicou que esse tipo de prática configura crime ambiental, e que o trecho citado vem sendo monitorado, sim, com o apoio da Guarda Civil Metropolitana (GCM).
“O cidadão que for flagrado realizando o descarte irregular de resíduos pelas forças de segurança pública responderá por crime ambiental, e caso flagrado por um auditor-fiscal da Semadur será Autuado, via processo administrativo, de acordo com o Código de Polícia Administrativa, Lei 2909/92, do município de Campo Grande. A multa neste caso varia entre R$ 2.727,50 e R$10.910,00”.
Ainda segundo o comunicado, “nos casos em que o cidadão presenciar rotineiramente o descarte irregular de resíduos em terrenos baldios ou nas margens de córregos, as denúncias devem ser realizadas de imediato para a Patrulha Ambiental da Guarda Civil Metropolitana via telefone 153”.
Operação Cidade Limpa
A ação tem por objetivo intensificar as fiscalizações do descarte irregular de resíduos sólidos pela cidade, com o monitoramento frequente destes locais pela Guarda Civil Metropolitana (GCM).
Além da limpeza que vem sendo realizada pela Secretaria Municipal De Infraestrutura e Serviços Públicos (Sisep). A iniciativa já ocorre há dois meses.
Desde o começo da Operação, a Guarda Civil Metropolitana já registrou 136 denúncias, e cinco pessoas foram detidas. Foram lavrados cinco autos de competência da Agetran; a Semadur autuou cinco pessoas e a Sisep já esteve em 10 bairros fazendo a limpeza.
Obra
O Projeto de revitalização do Anhanduí é de 2011, a iniciativa faz parte de um conjunto de ações para conter enchentes nos bairros Marcos Roberto, Jockey Clube, Jardim Paulista e Vila Progresso.
O projeto prevê a construção de paredões de gabião para proteger as margens da erosão e evitar o transbordamento do rio, além de drenagem, ciclovia, urbanização e recapeamento das pistas.
Geisa Mara dos Santos explicou que o trecho de obras dos paredões de contenção de enchentes paralisados tornam a Avenida Ernesto Geisel muito perigosa, uma vez que o local não conta com barreiras de segurança.
“Isso continua desmoronando, não está isolado, isso é perigoso, e a Prefeitura da Capital não tem iniciativa de fazer algo seguro, isso vai ficar exposto até quando, até algum carro cair aí dentro e pessoas perderem a vida, por negligência nessas obras”, desabafou a comerciante.
A reportagem tentou contato com o titular da Sisep, Rudi Fiorese, mas não obteve retorno até o fechamento desta reportagem.
Via Correio do Estado MS
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