Bioparque do Pantanal: obra de todos, realizada com esforços de muitos
13:35 28/03/2022
Estamos dando um passo concreto e importante para um futuro melhor de Mato Grosso do Sul
Eduardo Riedel – Secretário de Estado de Infraestrutura
A conclusão do Aquário Pantanal – agora denominado Bioparque Pantanal – representa em amplo sentido uma inflexão histórica de Mato Grosso do Sul.
Obra polêmica e divisiva, ela tornou-se um enclave simbólico na área central de Campo Grande, impossível de ficar abandonada e inconclusa dada a sua espetacular arquitetura, fruto da imaginação criativa de um dos mais prestigiados e talentosos arquitetos internacionais, Ruy Ohtake, falecido em novembro de 2021.
Sabemos que ao longo de 11 anos muito se falou do Aquário e seu término, seus custos e seus imbróglios jurídicos, conferindo razões a uma expressiva parcela da sociedade que julgava que o gasto deveria atender setores mais próximos das carências do Estado, preferencialmente a área de saúde e segmentos sociais.
Por essas razões, entregar a obra tornou-se um desafio muito mais complexo, pois extrapolava os valores da engenharia e da técnica, colocando-nos no campo da política, do simbolismo ambiental e dos valores inerentes ao esplendor da nossa ictiofauna.
Estávamos então diante de um dilema: deixar uma obra visivelmente ostensiva deteriorando-se no centro da Capital – que poderia sugerir uma espécie de fracasso do sentimento de cidadania de pertencer a Mato Grosso do Sul – ou reunir esforços institucionais de larga amplitude, envolvendo todos os Poderes e organismos representativos da sociedade, para dar cumprimento a deveres e obrigações do Estado.
Diante de todo esse processo, o Aquário Pantanal (iniciado em 2011 pelo então governador André Puccinelli e concluído pelo governador Reinaldo Azambuja) tornou-se ao longo de todos estes anos um empreendimento coletivo, pertencente à sociedade, visto que os recursos oriundos do trabalho de todos tornaram possível ultrapassar expectativas, sonhos, críticas e polêmicas, e tornar-se um símbolo real de irradiação de cultura, pesquisa, lazer e entretenimento.
O conceito estendido para se tornar o Bioparque Pantanal foi resultado dos estudos e aprimoramentos que fizemos no projeto original, adaptando-o aos novos tempos, dando-lhe novas funções, além daquelas que inicialmente foram concebidas para a obra original. Por isso, defendemos a transformação conceitual, enriquecendo o projeto em suas funções e atividades. Assim é com a sociedade e assim também é com os empreendimentos públicos de grande envergadura.
Campo Grande, por exemplo, poderá experimentar ao longo do tempo melhorias significativas no seu setor de serviços, visto que certamente haverá aumento expressivo no fluxo turístico, deixando a cidade de ser um mero ponto de passagem para se tornar lugar privilegiado de visitação e aquisição de conhecimento.
Não pretendo aqui descrever pontos específicos e detalhados do Aquário. Posso assegurar, contudo, que somamos esforços e acrescentamos nosso modelo de concepção e gestão.
Nos tempos atuais, devemos ter consciência de que não existe mais espaço para individualismo e personalismo nos feitos coletivos, porque a sociedade tem consciência de que, afinal, todos contribuem de alguma forma para que obras e projetos sejam realizados e transformados.
Nessa direção, cumpre-nos anotar também que esta é a última obra inacabada de governos anteriores, que finalizamos agora.
Desse ponto de vista, Mato Grosso do Sul destoa na paisagem do País dos elefantes brancos e obras deixadas pela metade – uma afronta à correta aplicação de recursos públicos.
Pessoalmente, compartilho o sentimento do governador Reinaldo Azambuja, de dever cumprido. Estamos felizes e orgulhosos por essa entrega e deixando um legado para as gerações futuras, que serão enriquecidas com novas descobertas e ampliação da interconexão com o mundo.
Com certeza, estamos dando um passo concreto e importante para um futuro melhor de Mato Grosso do Sul.
Via Correio do Estado MS
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