Chuva de 8 milímetros reduziu em 246% o acúmulo de poluente
9:36 13/07/2022
A precipitação, que começou na tarde de ontem e não durou mais do que três horas, serviu para limpar o ar de Campo Grande
Os 8,8 milímetros de chuva registrados até as 16h desta terça-feira (12) foram importantes para duas coisas.
A primeira delas é o aumento da umidade relativa do ar, já que Campo Grande estava desde o dia 17 de junho sem chuva. Já a segunda diz respeito à redução drástica do acúmulo no ar de um dos piores poluentes para a saúde humana.
De acordo com a estação de monitoramento da qualidade do ar da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), na manhã de ontem, o acúmulo de material particulado (PM, na sigla em inglês) com diâmetro de 2,5 micrômetros (µm) chegou a 9,7 microgramas por metro cúbico (µg/m³) às 12h. Às 15 horas, já estava em 2,8 ug/m³, uma redução de 246,42% em três horas.
Segundo o coordenador da estação, Widinei Alves Fernandes, doutor em Geofísica Espacial pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e professor da UFMS, esse poluente é um dos mais prejudiciais à saúde humana.
“Estas são as partículas mais finas e denominadas de respiráveis. Estávamos em um período em que, com o aumento dos dias sem chuva, a qualidade do ar estava piorando a cada dia. Ela [chuva] foi muito benéfica”, avalia o pesquisador.
Em dados gerais, considerando todos os poluentes do ar, a estação da UFMS identificou que antes da chva o índice de qualidade do ar estava na faixa de 20, nos últimos dias. Com a chuva, esse número caiu para 17. “Isso indica que a qualidade do ar está melhor depois da chuva”, acrescenta.
A exposição prolongada a PM 2,5 µm pode causar uma série de problemas de saúde na população, como asma, pneumonia e até câncer de pulmão. Apesar da melhora, Fernandes ressalta que os meses mais críticos para o acúmulo dos poluentes costumam ser agosto e setembro.
Em 2021, o pico do ano, segundo avaliação feita de março a julho, ocorreu no dia 8 de julho, quando a concentração de material particulado com diâmetro não superior a 10 µm chegou a 117,6 µg/m³. Já a emissão de PM 2,5 µm chegou a 48,3 µg/m³ naquele dia.
Esses números, conforme escala da estação de monitoramento, ficaram entre moderados e ruins.
CHUVA
Conforme o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), o acumulado de 8,8 mm não deve ser uma constante nesta semana, já que para hoje (13) a previsão indica possibilidade muito pequena de nova precipitação.
O meteorologista Heráclio Alves afirmou que a frente fria que chegou ontem avança pelo Centro-Oeste, mas está se deslocando para o Sudeste. Nesta quarta-feira (13), a temperatura cai ainda mais, mas as chuvas serão apenas isoladas.
A máxima de hoje será de 28°C e a mínima de 16°C. Porém, na quinta-feira (14) o calor já deve retornar, com máximas acima de 30°C em Campo Grande.
“No sábado, há possibilidade de chuva com a chegada de nova frente fria, mas é perspectiva. No sábado e no domingo haverá queda na temperatura, mas na segunda-feira ela já volta a aumentar”, explica Heráclio.
A chuva de ontem quebrou uma seca que já vinha desde o dia 17 de junho, já que a última precipitação havia sido no dia anterior.
Para todo o mês de julho, são esperados 35,7 mm na Capital, mas a tendência é de que esse acumulado não seja alcançado, uma vez que estamos praticamente na metade do mês.
Via Correio do Estado MS
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