Meio Ambiente

Sem chuva, cachoeira Boca da Onça está completamente seca

Circuito MS

9:00 04/09/2022

É a maior cachoeira de Mato Grosso do Sul, com 56 metros de altura e fica a 56 quilômetros de Bonito

A maior cachoeira de Mato Grosso do Sul, chamada de Boca da Onça, secou há mais de um mês. A vazão de água é nula, desde 28 de julho, e está ligada à falta de chuvas na região de Bonito. A Boca da Onça tem 156 metros de altura e fica a 56 quilômetros de Bonito. Ela é a principal cachoeira em meio a outras cujo acesso ocorre por meio de trilhas da cidade de Bodoquena.

O cenário paradisíaco e as atrações na natureza atraem cerca de 200 visitantes por dia e 40 mil ao ano, conta o gerente da fazenda que realiza o passeio de ecoturismo, Cristiano Godinho. Ele lembra que nas redondezas há diversas trilhas, cânions, lagos e muitas cachoeiras, com formações únicas, além de atividades e esportes radicais, como o maior rapel de plataforma do Brasil, diz, com 90 metros de altura.

Cristiano confirmou as informações, dizendo que queda d’água começou a apresentar ressecamento no fim do mês de julho e, atualmente, está completamente seca. “Fazemos o apontamento das chuvas desde 2004, e, infelizmente estamos no 4º ano consecutivo que não temos uma queda acentuada nas chuvas, isso em toda região de Bonito”, afirmou o Cristiano.

A estiagem é confirmada pelo meteorologista Vinicius Sperling, do Centro de Monitoramento do Tempo e do Clima de Mato Grosso do Sul.

Ele aponta que a região está há um bom tempo com chuvas abaixo da média. “Os dados mostram que estamos desde 2019 abaixo da média climatológica, ou seja, na menor média histórica de chuvas desde então.”

O meteorologista destaca que, mesmo com as fortes chuvas de agosto, os rios não encheram o suficiente para elevar os reservatórios e dar vazão às cachoeiras. Isso porque maio, junho e julho apresentaram situação de seca, segundo a Agencia Nacional de Água.

“As excessivas chuvas de agosto não mudam o cenário de longo prazo, o que influenciou na cachoeira”, diz Sperling.

A estiagem tem a ver com o fenômeno La Niña. “As mudanças no oceano, a circulação de ventos, a redistribuição de energia, tudo influencia nas chuvas”, afirma o meteorologista.

A expectativa é que o outubro volte a elevar as chuvas e que a Boca da Onça retome sua vazão. Enquanto isso, o turismo encontra alternativas. “Temos várias trilhas que levam a outros pontos de banho e visitação”, reforça o gerente de Turismo.

Via G1 e Jornal de Brasília

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