Após alta do pedágio, caminhoneiros elogiam trajeto mas cobram duplicação de rodovias em MS
19:05 15/08/2023
Profissionais alegaram que rodovia pode melhorar sobretudo em critérios de sinalização
Apesar do iminente acréscimo nas taxas de pedágio de Mato Grosso do Sul, alguns caminhoneiros defenderam o aumento diante de uma “cobrança justa” por parte da concessionária.
Cabe destacar que o pedágio nas nove praças de cobrança da BR-163 em Mato Grosso do Sul serão reajustados em 16,82% a partir de sexta-feira (18). Otimistas com as melhorias, os profissionais destacaram que apesar da qualidade, o trajeto pode melhorar.
De acordo com o caminhoneiro Juliano Ramos, a manutenção do pedágio nas rodovias eleva a qualidade do trajeto de 715 km percorrido pelo paranaense de Siqueira Campos até Campo Grande. “Acho o pedágio uma boa, não sendo muito caro, justo para ambos os lados, pensando sobretudo em uma possível duplicação de pista.Minha crítica geral é principalmente acerca da cobrança em cima dos eixos que não estão rodando”, destacou.
Os valores são quatro vezes maiores do que a inflação dos últimos doze meses no País, de 3,99% conforme o Índice de preços no consumidor (IPCA). Em março deste ano, o anúncio foi de que os preços já praticados seriam congelados por até dois anos.
Com oito viagens por mês ao Mato Grosso do Sul, o profissional de 40 anos trabalha no ramo desde 2003 no transporte de combustíveis entre MS e Paraná.
Solteiro e com uma vida bastante agitada em razão da rotina de trabalho, Ramos frisou que o fato do pedágio ser custeado pela empresa em que trabalha, facilita o processo. Para ele, os trajetos do estado, apesar de bons, precisam de melhores sinalizações e alguns reparos de pista; “Atualmente, os custos mensais repassados em relatório, giram em torno de R$ 4 mil reais, isso porque não estamos pagando os pedágios equivalentes no Paraná, caso contrário esse valor fica em torno de R$ 10 mil por motorista”, disse.
Curitibanos, os caminhoneiros José Durante, 70 anos e Alexandrino Barbosa, 58, também fazem trajeto similar. Veem ao Mato Grosso do Sul entre oito a dez vezes por mês e gastam atualmente R$ 240 por mês transportando cargas de alimentos em caminhões menores.
Cabe destacar que, o valor pago em cada pedágio corresponde ao número de eixos do caminhão. Quanto maior a quantidade de eixos, maior o valor a ser pago pelo condutor.
Assim como Ramos, ambos elogiaram a qualidade das rodovias sul-mato-grossenses, entretanto, destacaram que eventuais melhorias também implicam em gastos maiores. “Somos autônomos, todos os gastos são nossos. Gostamos da qualidade do trajeto, sobretudo por conta do auxílio da concessionária em eventuais ‘resgates’ em pista”, disse Alexandrino Barbosa, caminhoneiro há oito anos.
O motorista não quis destacar a reportagem quais os seus ganhos mensais, porque, segundo Alexandrino, de certo modo “cede informações desnecessárias à concessionária”, que podem elevar os gastos atuais. “Não vou dizer quanto ganho. Se tenho alguém com uma arma na minha frente, não posso dizer à pessoa se tenho bala ou não, fica o benefício da dúvida”, frisou.
Profissional há 50 anos, José Durante disse que, entre todos os anos de trabalho, o trajeto sul-mato-grossense é um dos melhores em que esteve. O caminhoneiro elogiou as condições e o auxílio prestado aos motoristas, entretanto fez uma constatação acerca dos gastos que devem subir substancialmente após a retomada da cobrança do pedágio no Paraná. “Atualmente pagamos apenas um pedágio, quando os custos no Paraná forem retomados, esse número salta tranquilamente para R$ 4 mil, R$ 5 mil mensais”, finalizou.
Diante das alterações, a menor tarifa do trajeto será a de Mundo Novo, que sobe dos atuais R$ 5,10 para R$ 6, para carro de passeio. E a maior, em Campo Grande e Rio Verde, que salta de R$ 7,80 para R$ 9,10.
A decisão foi publicada na edição do Diário Oficial da União desta terça-feira (15) pela Diretoria Colegiada da Agência Nacional de Transportes Terrestres – ANTT. De acordo com a agência, o índice foi fixado com base na variação do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) no período desde o último reajuste, em 2021.
Concessionária
Conforme balanço divulgado pela CCR MSVia, no primeiro trimestre de 2023 a empresa operou com prejuízo de R$ 59 milhões. O resultado, embora negativo, foi menos negativo do que o desempenho da empresa no mesmo período de 2022, quando o primeiro trimestre acabou com R$ 71,9 milhões de prejuízo, conforme alega a empresa. A principal explicação para estes prejuízos são os juros que o grupo está pagando aos bancos.
Nos primeiros três meses do ano, o faturamento com a cobrança de pedágio na CCR MSVia foi de 42,35 milhões, o que representa aumento de 6,1% na comparação com os R$ 39,9 milhões com igual período do ano passado.
Via Correio do Estado MS
Comente esta notícia
compartilhar