Começa nesta sexta-feira o percurso dos 5 mil quilômetros da Rota Bioceânica
7:43 23/11/2023
Objetivo é entender melhor a rota e apresentar aos empresários que já está apta para uso
Aproximadamente 107 pessoas em 36 caminhonetes devem percorrer a partir desta sexta-feira (24), os 2,3 mil quilômetros da Rota Bioceânica até o litoral norte chileno. A terceira expedição da Rota de Integração Latina Americana (RILA) passará por 10 cidades e será um teste-driver para os governantes e empresários possam entender melhor os desafios do percurso que será a principal rota econômica do país. De acordo com a programação, os veículos devem chegar em Iquique (CHI), no dia 5 de dezembro.
“Entre ida e volta serão quase 5 mil quilômetros e sabemos que será um verdadeiro test-drive para os veículos, principalmente na Cordilheira dos Andes. Queremos mostrar aos empresários que essa rodovia já está apta para o uso e assim começar a fomentar a economia dos países participantes “, detalhou, Cláudio Cavol, que é diretor do Sindicato das Empresas de Transporte de Cargas e Logística de Mato Grosso do Sul (Setlog).
Conforme a programação, um caminhão frigorífico da JBS com 13 toneladas de carne bovina deve ir junto com a frota. Segundo Cavol, o transporte deste veículo pela Cordilheira dos Andes será um grande desafio que valerá estudos mais específicos. “Serão 5 mil quilômetros em 5 dias de viagem direta. Os dados que temos em mãos é que um caminhão deve gastar entre 15 a 18 mil reais de diesel. Para termos uma certeza, faremos um frete experimental para vermos o que vamos enfrentar, já que ainda temos alguns pontos que será um grande desafio para os veículos mais pesados”, detalhou.
Os 2,3 mil quilômetros desta rota experimental devem passar por 8 cidades. Ela deve iniciar em Campo Grande, passando por Porto Murtinho; Loma Prata (PAR), Pozo Hondo (PAR); Tartagal (ARG), S.S Jujuy (ARG), San Pedro de Atacama (CHI) e Iquique (CHI).
Já no retorno, a expedição passará por 7 cidades, iniciando por Antofagasta (CHI), San Pedro de Atacama (CHI), S.S Jujuy (ARG), Salta (ARG), Tartagal (ARG), Asunción (PAR) e Campo Grande (BRA).
“Este percurso foi escolhido porque precisamos reduzir o preço do produto final que está agora entre 15 a 20%. A última vez que passamos pelas fronteiras, enfrentamos problemas na liberação de cargas. A última vez mesmo em 2013, ficamos 9 horas para passar os 25 veículos. Queremos agilizar esse processo para iniciarmos esta rota o mais rápido possível”, explicou o presidente da Setlog.
Ponto azul é o caminho de Ida e a Volta está em vermelho.
ROTA
A Rota Bioceânica é um corredor rodoviário com extensão de 2.396 km que ligará os dois maiores oceanos do planeta, Atlântico e Pacífico, partindo do Brasil e chegando aos portos de Antofagasta e Iquique, no Chile, passando pelo Paraguai e pela Argentina.
O projeto que começou a ser debatido em 2014 e que iniciou em 2017 tem a promessa de ampliar a relação comercial do Estado com países asiáticos e sul-americanos.
A ideia é que o corredor rodoviário entre Brasil, Paraguai, Argentina e Chile interligue o Pacífico e o Atlântico. Conforme estudo da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), os custos para o envio da produção sul-mato-grossense serão reduzidos, além do tempo de viagem, que será encurtado em até 17 dias rumo ao mercado asiático.
A Rota Bioceânica terá potencial para movimentar US$ 1,5 bilhão por ano em exportações de carnes, açúcar, farelo de soja e couros para os outros países por onde passará.
OBRAS
O contorno rodoviário de Porto Murtinho terá aproximadamente 13,1 km e partirá do km 678 na BR-267. O prazo de execução será de 26 meses, com vigência de 29 meses.
A construção do acesso é considerada fundamental para dar celeridade à Rota Bioceânica, já que a ponte que está sendo construída por um consórcio binacional está avançada, com mais de 40% dela já concluída.
A ponte é financiada pela usina Itaipu Binacional no valor de 616, 836 milhões de guaranis (cerca de US$ 90 milhões) e tem uma extensão de 1.310 metros de comprimento e 20,10 metros de largura – projeto fundamental para viabilizar a Rota Bioceânica rodoviária, que possibilitará ligar o Oceano Atlântico ao Oceano Pacífico, no Chile, tendo Porto Murtinho, em Mato Grosso do Sul, como ponto de saída do Brasil.
Via Correio do Estado MS
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