Autoridades dos EUA investigam controle de qualidade da Boeing após incidente na Alaska Airlines
13:06 12/01/2024
Plugue da fuselagem de uma aeronave da compania explodiu deixando um buraco na lateral do avião e que voava a 16.000 pés
A Administração Federal de Aviação (FAA, sigla do inglês) afirma que está abrindo uma investigação sobre o controle de qualidade da Boeing após a falha de um plugue de porta em voo de um 737 Max 9 quase novo.
Em uma nova declaração, a FAA afirma que a explosão ocorrida na sexta-feira passada durante o voo do Alaska Airlines 1282 “nunca deveria ter acontecido e não pode acontecer novamente”.
O plugue da fuselagem que explodiu da aeronave deixou um buraco na lateral do avião e arrancou os encostos de cabeça dos assentos enquanto o avião voava a 16.000 pés logo após decolar de Portland, Oregon, transportando 177 pessoas.
A FAA afirma que a investigação se concentrará no fato de a Boeing “não ter garantido que os produtos concluídos estivessem em conformidade com seu projeto aprovado e em condições de operação segura, segundo os regulamentos da FAA”.
Em um comunicado nesta quinta-feira (11), a companhia disse que “cooperará de forma completa e transparente com a FAA e o NTSB em suas investigações”.
A medida foi tomada depois que as duas companhias aéreas que operam o Max 9 nos Estados Unidos — Alaska Airlines e United Airlines — encontraram ferragens ou parafusos soltos na montagem dos plugues das portas em suas aeronaves.
A United Airlines diz que sua descoberta apontou para possíveis problemas de instalação. Os aviões permanecem pausados enquanto aguardam detalhes sobre as inspeções exigidas pela FAA, que espera orientações da Boeing.
Na quarta-feira (10), o CEO da Boeing, Dave Calhoun, admitiu em uma entrevista à CNBC que a falha no plugue da porta foi uma “fuga horrível” de seus processos de fabricação e controle de qualidade.
Quando perguntado sobre o que exatamente aconteceu, Calhoun disse à CNBC: “O que aconteceu foi exatamente o que você viu, um plugue da fuselagem estourou. Esse é o erro, isso nunca pode acontecer”.
Naquela entrevista, Calhoun enfatizou que está “confiante” no trabalho contínuo da FAA para “inspecionar cada um dos aviões” e garantir “que eles estejam em conformidade com nosso projeto, que é um projeto comprovado”.
Em uma carta à Boeing, a FAA solicitou que a fabricante de aviões fornecesse informações sobre a causa principal e as medidas tomadas para evitar que isso ocorra novamente. A FAA disse que a Boeing agora tem 10 dias para fornecer “qualquer evidência ou declaração” à agência.
A investigação da FAA é separada de uma investigação iniciada pelo National Transportation Safety Board (NTSB), sobre especificamente o incidente em si.
O porta-voz do NTSB, Eric Weiss, disse no início desta semana que um relatório preliminar é esperado em três ou quatro semanas.
Mas, nesse meio tempo, a agência recuperou itens importantes sugados do avião. No domingo, um professor de Portland encontrou um pedaço da fuselagem da aeronave que havia aterrissado em seu quintal e entrou em contato com a agência.
Dois telefones celulares que provavelmente foram arremessados do buraco no avião também foram encontrados em um quintal e na beira da estrada e entregues aos investigadores.
Jennifer Homendy, presidente do NTSB, disse ao programa “Anderson Cooper 360” da CNN na terça-feira que o plugue da fuselagem recuperado tem “muito” a dizer aos investigadores e “realmente era a peça que faltava na investigação”.
A porta do plugue do avião será enviada ao laboratório do NTSB para testes, disse Homendy. Às vezes, os plugues são instalados pelo fabricante no lugar de uma porta de saída de emergência, dependendo da configuração solicitada por uma companhia aérea.
Via CNN Brasil
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