Saúde

Fecundidade cai drasticamente nos países mais ricos do mundo, aponta OCDE

Circuito MS

17:32 20/06/2024

Ana Nascimento/MDS/Portal Brasil

Relatório mostra impactos da incerteza financeira no planejamento familiar

As taxas de natalidade caíram drasticamente em alguns dos Estados mais ricos do mundo e deverão permanecer baixas, à medida que as preocupações econômicas fazem com que as pessoas ponderem os custos de ter filhos, afirma um relatório da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico, a OCDE.

Muitos nos países membros da OCDE optam agora por ter filhos mais tarde ou não ter filhos, afirmou a entidade num documento divulgado nesta quinta-feira (20). “Tanto os jovens como as jovens encontram cada vez mais sentido na vida fora da paternidade”, acrescentou.

A taxa de fertilidade total caiu para 1,5 filho por mulher em 2022, contra 3,3 em 1960, em média, nos países da OCDE, afirma o relatório, utilizando uma unidade que mede o número médio de filhos nascidos por mulher ao longo da vida.

“Embora os países da OCDE utilizem uma série de ferramentas políticas para apoiar as famílias, o custo econômico e a incerteza financeira a longo prazo continuam a influenciar significativamente a decisão das pessoas de se tornarem pais”, Stefano Scarpetta, diretor do Departamento de Emprego, Trabalho e Social da OCDE, disse em uma teleconferência.

Taxas de fertilidade total particularmente baixas foram medidas na Coreia, em 0,7, e em Itália e Espanha, cada uma com 1,2 filho por mulher. Os mais elevados foram em Israel com 2,9, seguido pelo México e França, cada um com 1,8.

A idade média das mulheres que dão à luz aumentou de 28,6 em 2000 para 30,9 em 2022 no clube das principais economias industrializadas.

Ao comparar as mulheres nascidas em 1935 e em 1975, a percentagem de mulheres sem filhos duplicou na Estónia, Itália, Japão, Lituânia, Polónia, Portugal e Espanha, de acordo com os dados da OCDE.

“A falta de filhos está definitivamente a aumentar em quase todo o lado”, disse Tomas Sobotka, investigador do Instituto de Demografia de Viena.

A pressão de serem bons pais, o que implica dedicar tempo à criação dos filhos, também leva os jovens a adiar ou evitar ter famílias, afirmou a organização com sede em Paris.

“Evidências qualitativas da Europa revelam que uma razão importante pela qual algumas mulheres com trinta e poucos anos optam por adiar ter filhos é que não acreditam que possam viver de acordo com o ideal da maternidade”, acrescentou.

Via CNN Brasil

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