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Petroleira boliviana quer sociedade na distribuição de gás em MS e MT

Circuito MS

13:20 20/12/2017

[Via Correio do Estado]

A petroleira estatal boliviana YPFB está interessada em entrar como sócia das concessionárias MSGás – responsável pela distribuição de Gás Natural canalizado de Mato Grosso do Sul – e MTGás (MT). O desejo já foi manifestado publicamente pelo ministro de hidrocarbonetos da Bolívia, Luis Alberto Sánchez, nas últimas rodadas de negociação em torno da renovação do contrato de suprimento de gás ao Brasil.

Presidente da MSGás, Rudel Trindade, disse a Revista Valor Econômico, que os bolivianos querem conhecer melhor o plano de privatizações das distribuidoras de gás. A previsão é de que o leilão da MSGás aconteça no segundo semestre de 2018.

As empresas que vencerem a licitação para estruturarem a modelagem do negócio devem assinar contrato com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) ainda este ano.

“A Bolívia tem planos de internacionalizar a YPFB e tem demonstrado interesse no setor de distribuição de gás do Brasil. Estamos nos mostramos abertos. Isso é muito positivo, nos ajudaria, por exemplo, a entender melhor como funciona o suprimento deles”, disse Rudel Trindade ao Valor.

De acordo com a Valor Econômico, a YPFB tem um plano de negócios de US$ 12,169 bilhões para o quinquênio 2015-2019 – previsão de investimentos compartilhados com demais operadores que atuam no país. A capacidade do país vizinho de manter o volume de 30 milhões de metros cúbicos diários ao Brasil gera dúvida no mercado.

Nesta quarta-feira (20) as autoridades dos dois países se reúnem no Mato Grosso para mais uma rodada de negociações. Um contrato de suprimento de curto prazo com a termelétrica de Cuiabá, da Âmbar Energia, está na pauta do encontro.

Durante o encontro, além da retomada da usina – parada desde que a Petrobras rescindiu o contrato de fornecimento com a Âmbar – também será discutido a viabilidade de assinatura de um contrato de suprimento de 1,2 milhão de m3 /dia de gás para uma termelétrica que a Global Participações em Energia (GPE) tem planos de instalar em Ladário (MS).

Se as negociações avançarem, de acordo com o Valor, o executivo deve caminhar para um acordo em janeiro de 2018, possibilitando a retomada das operações de Cuiabá e viabilizando a inscrição do projeto da GPE nos leilões de energia nova de 2018. Trindade disse, contudo, que as partes não pretendem avançar hoje com as negociações sobre a renovação do atual contrato de importação.

ABASTECIMENTO

Da capacidade de cerca de 30 milhões de m3 /dia, uma primeira parcela, de 18 milhões de m3 /dia, vence em 2019, mas a expectativa é de que o assunto só seja debatido no ano que vem.

A previsão é de que as companhias que distribuem gás da Bolívia – MSGás, Compagás (PR), SCGás (SC), Sulgás (RS) – definam, no primeiro trimestre, detalhes importantes da negociação, como os modelos de contrato e os volumes de demanda.

Segundo informações do governo boliviano, a projeção é de que as distribuidoras precisam de cerca de 10 milhões de m3 /dia, mas o número exato só será conhecido depois que a Petrobras oficialize qual o volume pretende importar nos próximos anos.

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