Estudo revela que florestas podem levar até 29 anos para se regenerar após incêndios
16:58 20/04/2025

Cientistas identificaram que o tempo de recuperação das florestas secundárias varia conforme o estágio de regeneração
Florestas que sofreram desmatamento e começaram a se regenerar podem levar até 29 anos para se recuperar completamente após um incêndio.
Um estudo publicado na revista Zoological Society of London, realizado por pesquisadores do IPAM (Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia) e parceiros, alerta que o fogo prejudica a recuperação dessas áreas e compromete serviços ambientais essenciais, como a captura de carbono.
A pesquisa analisou o impacto do fogo nas florestas secundárias da Amazônia – aquelas que voltam a crescer após desmatamento ou degradação. Esses ambientes removem até 1,6 bilhão de toneladas de carbono da atmosfera por ano e desempenham um papel crucial na regulação do clima. No entanto, quando atingidas por incêndios, sua recuperação se torna mais lenta e difícil.
Os cientistas identificaram que o tempo de recuperação das florestas secundárias varia conforme o estágio de regeneração. Áreas mais avançadas nesse processo, que já apresentam estrutura semelhante à original, levam entre 19 e 29 anos para se recuperar após um incêndio. Já as florestas em estágio inicial de regeneração precisam de 12 a 14 anos para restaurar a vegetação perdida.
“As florestas secundárias desempenham um papel fundamental na captura de carbono e na mitigação das mudanças climáticas. Para cumprir as metas de redução de emissões do Brasil e implementar o PLANAVEG [Plano Nacional de Recuperação da Vegetação Nativa], é essencial proteger essas áreas, que são mais vulneráveis ao fogo”, destaca Celso Junior, pesquisador do IPAM e um dos autores do estudo.
Metodologia do estudo
O estudo foi conduzido entre 2016 e 2018 em uma região do Arco do Desmatamento, onde a floresta amazônica sofre forte pressão da degradação. Para medir os danos causados pelo fogo, os pesquisadores usaram o sensor remoto LiDAR (Light Detection and Ranging), instalado em um avião.
Essa tecnologia permitiu obter imagens tridimensionais da copa das árvores, possibilitando a medição da altura da vegetação, do volume das folhas e da densidade da floresta. Com isso, os cientistas conseguiram avaliar os impactos do fogo e a capacidade de regeneração das áreas analisadas.
A pesquisa faz parte de um projeto mais amplo que investiga a resiliência das florestas secundárias frente às mudanças climáticas, reforçando a importância de preservar essas áreas para garantir a recuperação ambiental e a estabilidade climática no futuro.
Via Agência Brasil
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