O boletim epidemiológio de leishmaniose visceral (LV) em humanos em Mato Grosso do Sul, divulgado na quarta-feira (28) pela SES (Secretaria Estadual de Saúde), traz que até o momento foram registrados 10 casos da doença, dos quais 3 ocorreram em Campo Grande. Aquidauana, Bodoquena, Corumbá, Dourados, Jardim, Porto Murtinho e Terenos aparecem com um registro, cada. O óbito reportado no boletim refere-se a um caso ocorrido em Dourados, no início do mês de fevereiro, poucos dias após de um diagnóstico tardio, conforme a SES.
Todavia, os números também revelam queda acentuada no número de ocorrências e de óbitos nos últimos anos: Em 2017, comparados ao ano mais crítico (2012), foi registrado um total de 125 casos e 7 óbitos, contra 330 casos e 20 óbitos, em 2012. Ou seja, número 62,1% menor em relação aos casos e 65% menor em relação aos óbitos.
Um dos fatores que pode estar contribuindo com a melhoria dos indicadores é a possibilidade de tratamento e o fim da eutanásia compulsória dos cães, que são considerados vetores da doença, transmitida pelo mosquito palha. Considerada uma conquista por pesquisadores e protetores de animais, a possibilidade de tratamento da leishmaniose foi obtida após decisão judicial do Tribunal Regional Federal da 3ª Região (TRF3), que autorizou o tratamento da leishmaniose visceral em cães em todo o país, em 2013, utilizando protocolos alternativos.Já em setembro de 2016, o medicamento Milteforam também passou a ser legalmente utilizado no tratamento, desde que com o acompanhamento de um veterinário. Em Campo Grande, no entanto, o alopurinol tem sido mais utilizado no tratamento de cães com leishmaniose que o Milteforan, regulamentado pelo Ministério da Saúde e pelo Ministério da Agricultura. A droga, utilizada para tratamento de gota e ácido úrico, mostra eficácia no controle de leishmânias no organismo de cães.
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