A ética resumidamente pode ser caracterizada pelo conjunto de valores e princípios que norteiam a conduta humana e propiciam o equilíbrio e bom funcionamento da sociedade, contudo, é notadamente desconhecida por muitos. A adversidade nas relações sociais, nos diferentes âmbitos, por muitas vezes, traz à tona características terríveis das pessoas que produzem comportamentos imorais e antiéticos, geralmente com a desculpa de que era necessário para resolver um problema. Não obstante, é importante reiterar que os fins não justificam os meios. Também cabe destacar que a expressão humana nas mídias sociais é algo alarmante. A questão não é a política, nem o sistema, nem a ideologia, nem se é direita, esquerda, centro, mas sim a péssima qualidade humana que toma vulto entre nós. A sociedade precisa de injeção de ética. O excesso de confiança, não temer a lei e até mesmo negligenciar a consciência tornam o indivíduo insensível às relações sociais, passível de aviltar a honestidade em prol de objetivos egoístas. Assustam ainda determinadas medidas que levam o Brasil ao retrocesso nas questões ambientais, na educação, na ciência e na tecnologia. Alguns posicionamentos no âmbito federal referentes às questões ambientais, por exemplo, fornecem de forma indubitável indícios de que as decisões não são isentas de interesses pontuais que atendem diminuta parcela da sociedade brasileira em detrimento do desenvolvimento sustentável e efetivo para a nação. Reduzir áreas de proteção permanente e comprometer pequenos produtores e a agricultura orgânica, para beneficiar diretamente a produção em larga escala, e atender a interesses do mercado globalizado; permitir o uso de agrotóxicos de alto poder de toxicidade; revogar decreto que estabelece Unidade de Conservação de proteção integral para atender interesses pessoais; e permitir implantação indústrias com a justificativa que irá gerar trabalho e renda, em detrimento de questões ambientais e socioculturais são questões éticas que muitos não querem enxergar. Estabelecer que questões ambientais atrapalham o desenvolvimento com a desculpa de que são burocráticas é pedir para o Brasil retroceder, pelo menos, uns 50 anos na história ambiental. Vamos voltar às décadas de 1960 e 1970 quando o Brasil serviu de arcabouço para a adoção de medidas e tecnologias inadequadas que suscitaram os nocivos passivos ambientais que conhecemos no presente. (adsbygoogle = window.adsbygoogle || []).push({}); Esse é o futuro? Desenvolvimento a qualquer custo, menos qualidade de vida, mais poluição, menor biodiversidade? Retrocesso. Os casos de Mariana e Brumadinho mostraram o resultado de negligência e, ainda, na contramão, coloca em risco uma cadeia profissional que envolve engenheiros ambientais, biólogos, geólogos, químicos, geógrafos, sociólogos, entre muitos outros profissionais, cujo direcionamento de formação foi alicerçado para o crescimento e desenvolvimento sustentável. As questões ambientais devem compor os valores da sociedade e não servir a interesses de poucos. Enquanto a educação não se tornar a base de sustentação, viveremos no campo da hipocrisia. Isso é uma questão de ética. Isso delineará o “Nosso Futuro Comum”.
11:20 07/06/2019
[Via Campo Grande News]
O julgamento de cinco índios acusados de assassinar dois policiais a tiros, pauladas e facadas e deixar outro gravemente ferido, em 2006, entrou na reta final na manhã desta sexta-feira (7). Os crimes foram em Dourados, a 233 km de Campo Grande, mas o júri acontece no TRF (Tribunal Regional Federal) da 3ª Região, em São Paulo.
O processo foi transferido da 1ª Vara Federal de Dourados para a 1ª Vara Federal Criminal de São Paulo, por decisão da 11ª Turma do TRF3, que em 2016 acolheu a tese da defesa pela necessidade de desaforamento para garantir a imparcialidade do julgamento.
A juíza federal Andréia Silva Sarney Costa Moruzzi decidiu seguir com o julgamento até a madrugada. O interrogatório dos quatro índios presentes – o quinto está foragido – terminou por volta de 2h15 (horário de MS).
Depois de uma hora de intervalo, o júri foi retomado com o discurso da acusação, feita pelo procurador da República Gustavo Torres e pelo advogado douradense Maurício Nogueira Rasslan, assistente da acusação.
Eles falaram por duas horas e meia e pediram a condenação dos índios por duplo homicídio duplamente qualificado e tentativa de homicídio duplamente qualificada.
Por volta de 8h começou o discurso dos advogados de defesa, contratados pela Funai e pelo Cimi (Conselho Indigenista Missionário). Eles também vão falar por duas horas e meia. A tese é de que os índios agiram em legítima defesa.
Quatro réus estão presentes, o cacique Carlito de Oliveira, 73, o filho dele Lindomar Brites de Oliveira, Jair Aquino Fernandes e Paulino Lopes. O quinto réu, Ezequiel Valensuela, está foragido. Como houve mudança na lei, mesmo o réu considerado foragido pode ser levado a júri.
Os crimes, conhecidos como “Chacina de Porto Cambira”, ocorreram no dia 1º de abril de 2006. Os policiais civis Ronilson Magalhães Bartie, 36, e Rodrigo Lorenzatto, 26, foram mortos pelo grupo de índios perto do acampamento indígena Passo Piraju. O também policial Emerson José Gadani, na época com 33 anos, ficou ferido a golpes de faca, mas sobreviveu.
A polícia alegou na época que os três foram atacados quando procuravam o suspeito de um homicídio ocorrido dias antes em Dourados, supostamente escondido no acampamento indígena. Já os índios afirmam que os policiais teriam sido contratados por fazendeiros para expulsá-los das terras e que agiram em legítima defesa.
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