Antes de terminadas, obras na Ernesto Geisel estão depredadas
15:20 17/11/2022
Segundo moradores e comerciantes da região, os estragos são feitos constantemente por andarilhos, que quebram as barras de ferro e danificam as estruturas ainda em construção
A obra da Avenida Ernesto Geisel não foi concluída e já tem espaços depredados. No trecho que vai da Rua da Abolição até a Rua Aquário, apenas a lateral direita da pista (no sentido Centro-bairro) está finalizada, e, em alguns locais, as barras de ferro já foram removidas por vândalos.
De acordo com moradores e comerciantes da região, a prática tem sido constante e feita por andarilhos, que quebram as barras de ferro. Há também relatos de roubos de fios da rede elétrica de residências. A ação é feita principalmente no período noturno.
Jean Souza, que trabalha em uma loja de motos localizada na margem direita da pista, que foi revitalizada, relatou que as depredações ficaram tão comuns que os vândalos agem também durante o dia.
“Nós, como moradores, não temos muito o que fazer, porque é arriscado tentarmos impedir os danos, pois não sabemos com quem estamos lidando”, comentou o vendedor.
Ao ser questionada a respeito da depredação no local, a Prefeitura de Campo Grande apenas reencaminhou uma nota sobre a paralisação das obras que já havia sido enviada nesta semana.
O Executivo municipal não respondeu se há um monitoramento específico para os roubos das barras ou quem vai arcar com o custo dos reparos no local. O único trecho completo e sem depredações fica entre as ruas Santa Adélia e da Abolição, que, segundo a Prefeitura de Campo Grande, faz parte do primeiro lote de obras.
Lucidalva Dias é moradora da Avenida Ernesto Geisel há 22 anos, acompanhou o começo da obra e acredita que a revitalização é uma ilusão. “Entra prefeito, sai prefeito, e a situação continua a mesma. E sai dinheiro de novo, como saiu para o esgoto, que antes caía no córrego e ia ser canalizado, fizeram mais ou menos os trabalhos e pararam de novo.
O que eles fazem? Mandam o trabalhador vir durante a chuva, botam os tratores, recomeçam as obras e enganam o povo”, disse.
A casa da moradora já foi alagada, e o marido da dona de casa fez um outro muro para evitar que a água entrasse na residência novamente. O casal afirma que desde o começo das obras já foram à prefeitura da Capital pedir, sem sucesso, por celeridade na conclusão dos trabalhos.
LIMPEZA
A depredação do local e a falta de conclusão das obras não são os únicos problemas relatados por moradores: a falta de limpeza do córrego também causa transtornos.
Geralda Corrêa dos Santos reside em uma rua paralela à avenida e disse que a sujeira tem trazido doenças e animais para sua casa. “Se eles fizessem limpeza no rio, para nós seria muito bom, porque é muita sujeira. É escorpião, barata, rato, vem tudo dali, porque todos jogam lixo no rio e devia ter uma fiscalização”, acrescentou a idosa.
De acordo com a nota da prefeitura, a Sisep está atualizando a planilha de custos para concluir as obras de recomposição da margem esquerda do córrego entre as ruas da Abolição e Aquário, além de estarem em contato o governo federal para buscar recursos para estender a obra até a Avenida Manoel da Costa Lima.
A obra está sem prazo para a retomada das atividades. Isso porque a empresa responsável, Dreno Engenharia, não concluiu o trabalho e optou por entregar a licitação, que deverá ser refeita pela prefeitura.
Os lotes que ficaram a cargo da empresa foram licitados por R$ 13,4 milhões e R$ 21,9 milhões e ainda receberam aditivos por parte da prefeitura, totalizando cerca de R$ 53,1 milhões. A obra deveria ter sido concluída há, pelo menos, dois anos.
Saiba: A falta de retomada das obras também tem causado o surgimento de moradias irregulares no córrego. Além disso, houve o desmoronamento de praticamente uma faixa da via, em frente ao ginásio Guanandizão.
Via Correio do Estado MS
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