Após 13 anos escondido no Paraguai, ex-prefeito quer cumprir pena em MS
12:35 04/09/2017
[Via Campo Grande News]
Preso há cinco dias pela Interpol em Assunção, no Paraguai, o ex-prefeito de Coronel Sapucaia, Eurico Mariano, não vai recorrer para tentar evitar a extradição. Após a audiência com o juiz Alcides Corbeta, que decretou sua prisão, o político avisou, através de sua advogada, que quer se entregar o quanto antes à Justiça brasileira para cumprir a pena de 17 anos de prisão por ter mandado matar o radialista Samuel Román, em abril de 2004.
Condenado em 2007 como mandante do assassinato do radialista, Mariano estava há pelo menos 13 anos foragido no Paraguai. No começo deste ano ele chegou a ser preso duas vezes pela polícia paraguaia, mas foi solto em seguida.
Na semana passada, após um pedido de extradição da Justiça de Mato Grosso do Sul, Mariano foi preso em Capitán Bado, cidade vizinha de Coronel Sapucaia (MS), a 400 km de Campo Grande.
De acordo com a advogada Laura Casuso, após ser preso, o ex-prefeito foi levado para uma audiência de reconhecimento, o primeiro passo para a extradição. A surpresa veio logo a seguir, quando a advogada disse que seu cliente cataria o pedido da justiça da Brasil, o que significa que não irá ao Tribunal de Apelações para evitar a extradição.
Segundo ela, Eurico Mariano quer deixar o Paraguai o mais rápido possível e ser trazido ao Brasil para cumprir a pena. Com a decisão do condenado, a justiça brasileira será informada e o fugitivo deve ser entregue nos próximos dias.
Fantasma – Com apoio de policiais e autoridades em Capitán Bado, Eurico Mariano permaneceu por mais de uma década escondido na cidade e segundo testemunhas, constantemente atravessa a fronteira para visitar amigos e parentes em Coronel Sapucaia. Era como se fosse um fantasma, para as autoridades locais, segundo o jornal ABC Color.
Mesmo condenado a quase 20 anos de prisão no Brasil e há 13 anos procurado por um mandado de prisão internacional, Mariano nunca foi “molestado” por qualquer autoridade, segundo o jornal paraguaio.
O ex-prefeito tinha até documento de identidade do país vizinho, além de um habeas corpus concedido por um juiz do departamento de Amambay. “Todos viram o político brasileiro circulando na fronteira, menos as autoridades encarregadas de prendê-lo”, afirma o ABC Color na edição desta segunda-feira.
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