Campo Grande

Após ataques de violência, servidores federais cobram medidas de segurança no IFMS

Circuito MS

16:38 09/04/2023

Na última quarta-feira a polícia apreendeu três estudantes que planejavam atacar o campus de Coxim

Devido aos últimos casos de violência em escolas e institutos federais, o Sindicato Nacional dos Servidores Federais da Educação Básica, Profissional e Tecnológica (SINASEFE) está cobrando ações do Instituto Federal de Mato Grosso do Sul (IFMS) para conter e evitar os casos recorrentes de violência.

Ao Correio do Estado, o professor e diretor do sindicato no IFMS, Leonardo Reis, disse que são inúmeros os últimos casos de violência nos últimos tempos. A ação é uma tentativa de cobrar um plano de segurança e prevenção à comunidade acadêmica em geral.

Em nota, o sindicato afirma que os registros de violência dentro do campus dos IFMS não envolvem apenas casos de agressão física, mas também de racismo, xenofobia, assédio moral e sexual.

“Podemos citar o caso de racismo ocorrido em Nova Andradina, o caso de racismo em Dourados, o caso de grupos de whatsapp neonazistas em Campo Grande e Dourados, e a situação de um professor que falou abertamente em ir trabalhar armado no campus Nova Andradina e que cometeu xenofobia contra o povo nordestino. Esses inúmeros episódios demonstram a necessidade de uma atuação efetiva do IFMS no combate a todas as formas de violência e na garantia da segurança de toda a comunidade acadêmica”, afirmou em nota.

O sindicato afirma também que alguns desses casos já foram denunciados à reitoria, bem como à ouvidoria do IFMS. No entanto, o SINASEFE solicita a criação de um planejamento de ações detalhado sobre as medidas de segurança adotadas em todos os câmpus da instituição, assim como ações preventivas para evitar que outros casos ocorram.

“É lamentável que a reitoria do IFMS tenha adotado um caráter ex post facto em suas ações, ou seja, agindo somente após os eventos terem acontecido. Isso é inaceitável, principalmente em casos de ameaça à vida e integridade física das pessoas, uma vez que a letargia pode significar a perda de vidas”.

De acordo com o sindicato, além do planejamento, é preciso um posicionamento claro da reitoria para afastar o clima de medo e garantir segurança.

“Aguardamos um posicionamento concreto e urgente para garantir a segurança e bem-estar de toda a comunidade acadêmica do IFMS, lembrando que o clima de medo, desamparo e inação são também uma forma de estabelecer a violência simbólica contra a comunidade”.

O sindicato destaca ainda que segurança é um direito básico e fundamental, e que a gestão do IFMS deve garantir condições dignas e mentalemnte saudáveis de trabalho aos servidores, estudantes e colaboradores.

“Esperamos contar com a transparência e prontidão do IFMS em fornecer as informações solicitadas e colaborar na construção de um ambiente acadêmico seguro e livre de violência”, finalizou o sindicato.

Caso

Conforme noticiado pelo Correio do Estado, na última quarta-feira (5), três estudantes foram apreendidos durante investigação de um possível ataque ao Instituto Federal de Mato Grosso do Sul (IFMS) em Coxim. Os adolescentes têm entre 16 e 17 anos e são acadêmicos do Campus do município.

De acordo com a polícia, os suspeitos pretendiam realizar um ataque no IFMS, mas foram descobertos em operação de busca e apreensão na casa dos adolescentes. O ataque estava sendo planejado por WhatsApp, entre as mensagens a equipe encontrou fotos de duas armas e uma adaga.

Um dos adolescentes foi apreendido dentro do IFMS e os outros dois em suas residências. As armas não foram encontradas na casa dos suspeitos, porém não sabe-se dizer se são fotos de autoria própria ou baixadas da internet. Já a adaga foi localizada e apreendida.

A polícia constatou também que, entre as mensagens, os estudantes tinham como alvo atacar pessoas da comunidade LGBTQIA+. Eles foram levados para delegacia, ouvidos e soltos.

Em nota, o IFMS informou que os estudantes foram suspensos e passaram a cumprir as atividades letivas em regime domiciliar, além disso serão realizadas rondas na região do Campus como medida preventiva e de segurança.

Em outra nota, divulgada na última quinta (6), o IFMS lamentou o episódio de violência em uma creche em Blumenau (SC) que deixou quatro crianças mortas, e em uma escola em São Paulo (SP) onde uma professora foi morta e quatro pessoas feridas.

O IFMS lembra que a educação é um direito fundamental previsto no Art. 205 da Constituição Federal de 1988, e reforça que atitudes violentas e o medo não podem ser tolerados em instituições de ensino. Por isso, continuamos trabalhando incansavelmente para oferecer um ambiente de aprendizado seguro e acolhedor para nossos estudantes, servidores e funcionários terceirizados.

Por fim, reiteramos nossa missão em oferecer educação pública, gratuita e de qualidade, a fim de formar profissionais humanistas e inovadores capazes de promover o desenvolvimento local e regional. Apenas com a educação conseguiremos promover a cultura da paz!”, finalizou a nota.

Via Correio do Estado MS

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