Saúde

Após paralisação, Saúde retoma implantação de nova estratégia de combate à dengue

Circuito MS

9:26 15/06/2020

Foto: Divulgação/WMP Brasil
Interrompido pela pandemia, método deve passar para próxima fase em agosto

A prefeitura de Campo Grande iniciou nesta semana as obras de construção de um laboratório que integra a nova estratégia de combate à dengue. O Método Wolbachia foi paralisado em março, quando a pandemia de Covid-19 (doença causada pelo novo coronavírus) trouxe os primeiros casos.

Era por meio de agentes comunitários de saúde e agentes de endemias que a população vinha sendo conscientizada sobre a estratégia, que leva o nome de uma bactéria presente em diversos insetos e que pesquisadores vão aplicar em mosquitos e soltar pela Capital. Após a interrupção dos trabalhos, a Secretaria Municipal de Saúde (Sesau) passou a realizar o treinamento por videoconferência e orientar os cidadãos nas unidades de saúde.

A chamada biofábrica fica em estrutura anexa ao Laboratório Central de Saúde Pública de Mato Grosso do Sul (Lacen-MS) e deve ficar pronta em cerca de dois meses. É lá que os técnicos vão inserir a bactéria no organismo de mosquitos.

A expectativa é que, após as obras, a biofábrica entre em funcionamento até o mês de agosto e as primeiras liberações ocorram a partir de setembro, caso não haja qualquer outra orientação sanitária em função da pandemia. As liberações de mosquitos com Wolbachia ocorrerão em seis fases. Cada etapa de liberação dura cerca de 16 a 20 semanas. Os primeiros bairros a receber a iniciativa são Guanandi, Aero Rancho, Batistão, Centenário, Coophavila II, Tijuca e Lageado.

É importante ressaltar que isso não representa uma mudança genética. Quando essa bactéria é inserida nos mosquitos em laboratório, a capacidade de transmissão das três doenças diminui. A Wolbachia não representa nenhum tipo de perigo para outros animais e seres humanos.

PROGRAMA

A previsão inicial era liberar em junho os mosquitos com Wolbachia nesses bairros logo após o trabalho de engajamento dos moradores. Apesar dessa nova técnica, as medidas atuais de combate ao mosquito não devem parar, já que esse método é apenas complementar. Portanto, a população deve manter a eliminação de focos do Aedes aegypti.

Uma vez liberados, os mosquitos com a bactéria se reproduzem com outros sem Wolbachia. Assim, a população dos insetos vai sendo gradualmente substituídos pelos espécimes com a bactéria, diminuindo a capacidade de transmissão dos vírus.

Desde 2014, o World Mosquito Program (WMP) Brasil, organização sem fins lucrativos que atua em 12 países, atua em parceria com a Fiocruz e o Ministério da Saúde O Rio de Janeiro foi o primeiro estado a receber a técnica, que aponta redução no número de casos de chikungunya. No ano passado, o ministério decidiu expandir o método para Belo Horizonte (MG), Petrolina (PE) e Campo Grande.

O projeto foi lançado na Capital em abril de 2019. Na época, o Correio do Estado noticiou que estão sendo investidos R$ 22 milhões nas pesquisas relacionadas com a bactéria Wolbachia. A previsão é levar o método para todas as regiões da cidade até o fim de 2022, com efeitos sendo sentidos entre três e cinco anos.

Via Correio do Estado

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