Após reclamações, Procon-MS deve auxiliar motoristas de aplicativo
10:33 09/04/2021
Categoria reivindica por alta no preço do etanol e punições abusivas do aplicativo
A Superintendência para Orientação e Defesa do Consumidor (Procon/MS) deve atender às solicitações de motoristas de aplicativo que protestam contra alta no preço de combustíveis e Imposto sobre Propriedade de Veículos Automotores (IPVA).
Além disso, a categoria também reivindica contra taxas e punições abusivas dentro dos aplicativos, como a redução do pagamento de motoristas caso não atinjam a meta pré-estabelecida pelo app. Dentre as punições estão desligamento, bloqueio e exclusão das atividades.
O grupo de autônomos também anseia pela inclusão no Programa de Auxílio Social do governo de Mato Grosso do Sul, o “Mais Social”, pois, com a crise, alguns já enfrentam necessidade para comprar produtos básicos.
A pandemia do novo coronavírus também afeta diretamente à renda daqueles que necessitam do carro para seu sustento.
Alfredo Orlando Palhano, Fuad Salamene Neto, Helder de Brito Lima e Eliane Garcia são os representantes dos motoristas de Apps que solicitaram o Procon. O superintendente do órgão, Marcelo Salomão, encaminhará solicitações aos órgãos competentes e acompanhará todos os trâmites para atender aos pedidos realizados pela categoria.
Embora todas as medidas restritivas como toque de recolher, feriados antecipados e o “fecha tudo” não tenham alcançado o resultado desejado pelas autoridades em saúde, as corridas para motoristas de aplicativo diminuíram significativamente.
Em 17 de março, houve protesto de motoristas de aplicativo contra aumento de taxas e preços abusivos impostos à categoria. A carreata, que se reuniu no Parque dos Poderes, fez buzinaço ao passar em frente à Governadoria, Paço Municipal e Câmara Municipal.
Cleber da Rocha Silva trabalha como motorista para as plataformas Uber e 99 POP. Ele reclama que 30% do preço da corrida é destinado ao App e o restante precisa abastecer e fazer manutenção do carro.
“Em Campo Grande é aplicada a mesma tarifa desde 2016, de lá para cá o preço da gasolina aumentou, do imposto também, e a tarifa não abaixou. Pelo contrário, agora estão fazendo promoções e deixando as corridas mais baratas”, protesta.
Caio Vinícius Caldas de Jesus, também motorista de aplicativo, expõe revolta contra o preço da gasolina, pois afeta diretamente no seu orçamento mensal.
“Nós rodamos pelo mesmo valor do que era a gasolina antes. Os passageiros pagam o mesmo valor e o motorista tem que pagar mais caro pela gasolina”, explica.
Em relação às restrições impostas pelo governo durante a pandemia, ele acredita que deve haver um equilíbrio entre saúde e economia.
“As pessoas não podem ficar totalmente paradas, elas tem que trabalhar. As pessoas precisam se alimentar. Tem gente que depende exclusivamente de sair de casa e produzir seu pão de cada dia”, expressa.
Assim como motoristas de aplicativo, taxistas também dependem do carro para garantir o sustento familiar. A categoria também é grandemente afetada pela alta no preço dos combustíveis e impostos exigidos pelo governo.
Aposentado, Jaime Rodrigues de Oliveira, possui um ponto de táxi no centro da Capital e diz que o lucro está diminuindo cada vez mais. Ele deixa motorista no carro, portanto não trabalha no táxi.
“As vezes é mais despesa do que lucro. Tenho que pagar uma porcentagem para o motorista, abastecer com gasolina que o preço está uma vergonha e fazer manutenção no carro. Então sobra o que?” indaga.
O economista Michel Constantino expressa que a tendência do preço da gasolina é diminuir devido a tendência de aumento da Taxa Selic.
“Com taxa de juros Selic maior, teremos mais investidores internacionais, o que faz com o dólar caia em relação ao real e diminua a pressão sobre o preço do petróleo”, explica.
De acordo com o Constantino, o preço tão elevado da gasolina no país se deve por conta da alta no dólar. Além disso, afirma que a pandemia da Covid-19 afetou diretamente no preço dos combustíveis.
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