Após semanas de restrições, MS mantém internações e tem queda lenta de casos
8:04 22/04/2021
Efeitos das medidas de restrições do Estado e Município deveriam ser percebidos após 15 dias
Mato Grosso do Sul mantém estabilidade no número de internações e queda lenta de mortes por Covid-19, mesmo após semanas de restrições. Medidas restritivas instauradas pela Prefeitura Municipal de Campo Grande e pelo Governo do Estado nas semanas dos dias 22 de março a 4 de abril deveriam surtir efeitos após cerca de 15 dias.
Segundo boletim epidemiológico da Secretaria de Estado de Saúde (SES), desde o início do mês de abril a média móvel do número de casos confirmados está em queda, no entanto as notificações continuam acima de mil casos diários de Covid-19.
A média móvel de casos está em 1.010 ocorrências diárias, uma queda de 30% da média de casos do dia 1 de abril. Este mês já contabiliza 24.320 casos, o quarto pior mês da pandemia em número de confirmações da doença.
Há mais de um mês, Mato Grosso do Sul registra mais de mil pessoas internadas por Covid-19, em leitos clínicos e de UTI, instalados tanto na rede pública, quanto na privada.
Em 30 dias, o número de internados mais que dobrou no Estado. No dia 1º de março eram 611 pessoas hospitalizadas (308 em leitos clínicos e 303 em UTI). Já no dia 1º de abril, as internações alcançaram 1.296 (769 clínicos e 527 UTI).
Mato Grosso do Sul registrou 1.112 novas confirmações da doença nas últimas 24 horas. Com isso, já totaliza 239.918 confirmações desde março de 2020.
O número de internações se mantém com uma média de 1.200 hospitalizações por dia. No dia 1 de abril, 1.296 pessoas estavam internadas no Estado. Nesta quarta-feira, 1.183 pessoas estão hospitalizadas, dessas 620 estão em leitos clínicos (396 públicos; 224 privados) e 563 estão internadas em leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) (409 público;154 provado).
Além dos internados, há 92 pessoas na fila de espera por leitos no Estado. São 49 pessoas no Centro de Regulação de Campo Grande, 23 em Dourados e 20 na Central de Regulação do Estado (Core).
A ocupação global de leitos de UTI do Sistema Único de Saúde (SUS) na macrorregião de Campo Grande está em 102%, Dourados em 91%, Três Lagoas 95% e Corumbá 100%.
De acordo com a Secretaria de Estado de Saúde, o número de mortes dos últimos 21 dias se mantém acima de 45 óbitos diários. A média móvel de hoje está em 47,3, com 53 novas mortes nas últimas 24 horas.
O infectologista da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Júlio Croda, informou ao Correio do Estado que as ações de restrição do poder público não são imediatas. Com a aderência da população às medidas corretamente, os resultados serão apresentados com uma variação sequencial, em que, primeiro, há queda no número de casos, depois, de internações e, por fim, de mortes.
Entretanto, o infectologista da Fundação Oswaldo Cruz, Julio Croda, destacou que as restrições impostas não garantem que a população cumpra o isolamento e, com a falta de aderência, a pandemia pode piorar.
DECRETOS
Por conta do colapso no sistema de saúde, a Prefeitura de Campo Grande publicou decreto que impõe a antecipação de feriados de 2021 e 2022 durante uma semana. A medida entrou em vigor no dia 22 e teve vigência até 28 de março.
Durante o período, somente 42 serviços foram autorizados a funcionar, como atividades de saúde, transporte, de alimentação por meio de delivery, farmácias e drogarias, funerárias, postos de gasolinas e indústrias.
Do dia 28 de março ao dia 4 de abril, o Governo do Estado publicou decreto em que autorizava o funcionamento de 45 serviços considerados essenciais.
Segundo o decreto, ficou proibido quaisquer atividades, eventos, reuniões e festividades, em espaços públicos ou em espaços privados de acesso ao público ou de uso coletivo, que possam acarretar aglomeração de pessoas, ficando vedado o funcionamento de locais como centros esportivos, balneários, clubes, salões e afins.
Os serviços considerados essenciais podem funcionar de segunda à sexta-feira, das 20 às 5 horas e aos sábados e domingos, das 16 às 5 horas. A limitação de atendimento ao público de, no máximo, 50% da sua capacidade instalada com distanciamento de 1,5 m e medidas de biossegurança.
Via Correio do Estado
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