Brasileiros investiram 784 milhões de euros no esquema Golden Visa de Portugal entre 2012 e 2021
16:43 16/03/2022
Em uma tentativa de recuperar a situação financeira do país pós quebra em 2008, Portugal resolveu investir em um esquema que se mostrou muito lucrativo, qual seja o famoso Esquema Golden Visa.
Desde 2012 o governo português resolveu emitir vistos de residência permanente (aka “golden visas”) a todos estrangeiros que investissem no país, seja pela compra de imóveis, transferência direta de capital, investimento em cultura ou pesquisa, ou por meio do desenvolvimento de empresas e empregos. Cada método requer seu valor mínimo para ser elegível ao recebimento eventual do visto de residência permanente, mas a compra de imóveis foi sem dúvida o mais utilizado por investidores estrangeiros.
Dos maiores investidores pelo Esquema Golden Visa estão os chineses em primeiro lugar, seguidos pelos brasileiros, e em terceiro lugar os turcos. De 2012 a 2021 o governo português emitiu cerca de 25,421 vistos de residência (correspondentes a 9,381 investidores e 16,040 membros da família dos investidores), e em 2019 o investimento de cidadãos brasileiros foi estimado em 42% do total de investimento estrangeiro, chegando a um valor de 784 milhões de euros em 2021 (ou seja, esse número já deve ter crescido). O total investido no país, calculado em maio de 2021, chegou a €5.840.181.311,08, sendo a grande maioria do valor vinda de compras de propriedade (correspondendo a €5.283.041.677,44) e do transferimento direto de capital (correspondendo a €557.139.633,64). Para os brasileiros que desejam se mudar para a Europa e ainda não possuem um passaporte europeu (e possuem meios de investir), o Esquema Golden visa se mostrou, com certeza, uma mão na massa.
Depois de 10 anos o governo aprendeu e resolveu realizar algumas modificações no Esquema Golden Visa, de modo a beneficiar ainda mais seus cidadãos. A partir de janeiro de 2022 as mudanças gerais foram relacionadas aos diferentes valores mínimos nos quesitos de transferência direta de capital e investimentos em cultura e pesquisa, mas a mudança mais relevante se trata da retirada de Lisboa, Porto e a região do Algarve das áreas elegíveis para compra de imóveis para se adquirir o visto dourado.
Em uma tentativa de melhorar o desenvolvimento econômico das cidades interioranas do país que sofrem com a baixa densidade populacional, o governo lusitano não somente retirou da lista as áreas mais requisitadas, mas também diminuiu o valor mínimo de investimento imobiliário que passou de €350.000,00 para €280.000,00 se a propriedade estiver localizada mais a leste do país, e principalmente se precisar de reforma. Além da barganha oferecida, plataformas digitais imobiliárias também ajudam no processo de pesquisa e negociação de imóveis no país. Com listagens enormes e possibilidade de pesquisar e fazer tours do imóvel sem precisar pegar um voo para Portugal, a tecnologia se mostra cada vez mais a nosso favor quando se trata de investimentos a longa distância.
Via Enfoque MS
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