Geral

“Cada um tem uma missão nessa vida e se essa foi a minha”, diz homem ao doar rim à esposa

Circuito MS

9:18 05/09/2021

Pandemia adiou sonho, paciente esperou oito anos para receber órgão, mas transplante foi realizado em agosto

“Acho que cada um tem uma missão nessa vida e se essa for a minha, me sinto honrado em poder oferecer um pouco de qualidade de vida pra ela”. Essa é a fala emocionada de Washington Torres Magalhães, dias antes de doar um de seus rins e que salvou a vida da esposa, Lorena Teixeira Webster, de 32 anos.

Em 2013, o casal, juntos há apenas dois anos na época, passou por uma “tempestade”, como eles intitulam, quando após sentir-se muito mal, Lorena recebeu o diagnóstico de lúpus. Junto com a doença autoimune, veio também a notícia de que desenvolveu doença renal crônica e que futuramente precisaria de um transplante de rim.

“O diagnóstico mudou completamente a minha vida. Desde o início meu médico disse que eu precisaria de um transplante. Há uns dois anos meu rim não estava mais aguentando e era preciso encontrar um doador compatível”, conta Lorena.

A partir de então, iniciou-se uma corrida contra o tempo. Disposto a ajudar a salvar a vida da esposa, Washington foi uma das pessoas que realizou a bateria de exames e, para a sorte e alegria de Lorena, além dele, encontrou mais uma pessoa da família compatível e disposta a doar o órgão, mas a equipe médica que a acompanhava escolheu seu companheiro como doador.

“Não dá para especificar o sentimento, mas é um ato de amor tão imenso que eu fico tão grata, tão feliz, me sinto tão abençoada”, fala Lorena com a voz embargada.

Com tudo pronto para a realização do transplante, no início de 2020, o sonho foi interrompido. “Ano passado, por causa da pandemia da Covid-19, infelizmente os transplantes renais foram suspensos, mas no último final de semana retomamos os transplantes e a Lorena pôde, finalmente, receber o rim do seu esposo”, conta Dr. Alexandre Silvestre Cabral, médico nefrologista.

Cinco dias após o transplante, Lorena diz que seu novo rim está funcionando a todo vapor e agradece por seu “renascimento”.

Para quem ainda aguarda na fila de transplantes, Lorena, agora em uma nova fase diz: “Não percam a esperança! A sua hora vai chegar, acreditem e confiem em Deus. Eu sei que é difícil, mas a espera vale a pena”.

Ela finaliza “a doação de órgãos muitas vezes não acontece por causa da recusa familiar e por falta de conhecimento, então se você quiser ser um doador, avise sua família, pois é ela quem autoriza e essa atitude pode salvar muitas vidas”.

Via Correio do Estado

Comente esta notícia