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Caminhoneiros criticam novo aumento do diesel pela Petrobras

Circuito MS

20:15 09/05/2022

Líder dos caminhoneiros, Wallace Landim, fez comunicado à imprensa

A Abrava (Associação Brasileira de Condutores de Veículos Automotores) disse estar “indignada” com o novo aumento do preço do diesel anunciado nesta segunda (9) Petrobras.

O combustível sofrerá um reajuste de 8,87% nas refinarias a partir de terça-feira (10), com o valor do combustível para distribuidoras passando de R$ 4,51 para R$ 4,91 por litro.

Em comunicado à imprensa, o líder dos caminhoneiros Wallace Landim, conhecido como Chorão, apontou que o governo do presidente Jair Bolsonaro (PL) e a Petrobras mudaram a estratégia de aumento dos preços: uma semana comunicam reajuste no valor do gás, na outra da gasolina e, por conseguinte, o diesel.

Ao citar a “volta do fantasma da inflação”, Chorão ressalta que, com o novo aumento, a orientação é para que os caminhoneiros também aumentem os valores dos fretes e, concomitantemente, isso impacta no bolso dos consumidores, devido à alta nos preços dos alimentos.

“O fantasma da inflação voltou, quando sobe o diesel, os produtos transportados pelos caminhoneiros vão subir no dia seguinte […] Vou citar o exemplo dos hortifrútis: mudou o preço na bomba, a dona de casa já sente o aumento no dia seguinte na feira livre, e a culpa não é do feirante nem do caminhoneiro, é culpa do PPI (preço de paridade de importação)”, declarou.

O PPI citado por Chorão foi instituído em outubro de 2016, na época do governo de Michel Temer (MDB), quando a Petrobras passou a calcular o preço dos combustíveis com base no mercado internacional e a repassar variações com maior frequência aos consumidores.

Desde então, os combustíveis no Brasil têm acumulado alta real (acima da inflação), enquanto a estatal apresentou na semana passada lucro histórico de R$ 44,5 bilhões em apenas três meses, do qual maior parte vai para os cofres do governo federal, hoje gerido por Bolsonaro.

O PPI é criticado por políticos de esquerda e sindicatos ligados aos trabalhadores da Petrobras. Eles consideram que a paridade internacional serve para garantir lucros dos acionistas, mas despreza a função social da empresa: abastecer a população a preços justos.

Especialistas, porém, afirmam que atrelar os preços ao mercado internacional é a única forma de atrair investimentos e estimular a concorrência interna.

Na semana passada, durante live nas redes sociais, o presidente Jair Bolsonaro alertou para o fato de haver uma “convulsão” com novo aumento no preço do diesel. O mandatário fez referência à greve dos caminhoneiros que ocorreu em 2018, sob a gestão Michel Temer, da qual ele foi um dos entusiastas.

Segundo Bolsonaro, o lucro bilionário da Petrobras é um “absurdo” e “um estupro”. Além disso, ele pediu para que a estatal não reajuste os valores dos combustíveis, pois a empresa “deve ter a função social”.

O presidente lembrou ainda da situação de crise econômica, a guerra na Ucrânia, que afeta o preço do barril, e os impostos cobrados sobre os combustíveis como outros fatores para as altas de preço.

Via Correio do Estado MS

 

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