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Campanha contra feminicídio em MS terá Luiza Brunet durante caminhada

Circuito MS

13:50 27/05/2019

[Via Campo Grande News]

O governador Reinaldo Azambuja (PSDB) lançou nesta manhã (27), a campanha estadual de combate ao feminicídio, que pretende reduzir estes crimes em Mato Grosso do Sul. Entre os eventos previstos está uma caminhada sobre o tema, que terá a presença da ex-modelo Luiza Brunet, que foi vítima de violência doméstica.

A intenção do grupo de trabalho formado pelo governo estadual, Poder Judiciário, Assembleia Legislativa e sociedade civil, é mudar o cenário negativo do Estado, que hoje é o 9° colocado em mais casos de feminicídio. Só neste ano já houve 16 assassinatos (mulheres), sendo 12 no interior e quatro na Capital.

“Destas mortes nestes cinco meses, foram três indígenas, isto mostra que precisamos não apenas criar leis, e sim mudar o comportamento da sociedade, por meio da conscientização nas escolas, bairros, comunidades e cidades, para coibir estes crimes”, disse a subsecretária estadual de Cidadania, Luciana Azambuja.

Ela descreveu que desde que a lei de feminicídio entrou em vigor, em 2015, 124 mulheres foram assassinadas em Mato Grosso do Sul, sendo que 160 sobreviveram a tentativa de homicídio. “Mostra que precisamos evoluir muito neste sentido, o primeiro feminicídio registrado aqui foi em junho de 2015, por isso a data da campanha”.

A campanha terá palestras em escolas, ongs e associações comunitárias, além de panfletagens, blitzs educativas e uma caminhada que vai ocorrer no dia 1° de junho, com a presença da ex-modelo Luiza Brunet, que se engajou no tema, após ser vítima de violência doméstica.

Evento ocorreu no auditório da Governadoria (Foto: Leonardo Rocha)Evento ocorreu no auditório da Governadoria (Foto: Leonardo Rocha)

Dados – O governador revelou durante o evento, que enquanto outros crimes, como roubos e homicídios diminuíram, o feminicídio teve aumento de 8,3% nos primeiros meses de 2019, comparado ao ano anterior. “Ainda nos dados das tentativas (homicídios) aumentou em 100%”.

Ele espera que a campanha incentive as denúncias que também desperte a conscientização na sociedade, com ações durante todo o ano. “Muitas vezes existe hipocrisia e surdez coletiva da sociedade, pois não quer ajudar a vítima, por dizer que é uma briga de casal, precisa sim intervir e denunciar”.

Durante o evento, também foi doado um veículo, por intermédio da Sejusp (Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública), a Delegacia Especializada da Mulher. Para a juíza Jacqueline Machado, da 3° Vara de Violência Doméstica, também deve se investir em projetos educativos nas escolas e comunidades.

Leis – A deputada federal, Rose Modesto (PSDB), disse que pode ajudar também no aspecto legal, apresentando projeto para elevar de 12 para 20 anos a pena em casos de feminicídio. “Esperamos o apoio dos colegas para ser aprovado no Congresso”.

O presidente da Assembleia, o deputado Paulo Corrêa (PSDB), também defendeu punições mais duras e longas para quem comete estes crimes. “A punição tem que ser grave e rígida, além disto, buscar mais recursos federais para investir na área”.

Denúncia – Para alertar a população, Luciana Azambuja disse que quem presenciar casos de agressão a mulheres deve acionar a polícia (190), para casos de urgência e se tiver a informação de familiares ou conhecidos que sofram de violência doméstica, a recomendação é levar a situação a Delegacia Especializada da Mulher.

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