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Campanha nas redes sociais busca fotos e vídeos da Igreja de São Benedito

Circuito MS

15:18 14/09/2020

Valdenir Rezende
A iniciativa tem por objetivo aumentar as referências para o projeto de restauração do templo centenário, na comunidade quilombola Tia Eva

Se você tem fotos antigas, vídeos ou algum registro da Igreja de São Benedito e seu entorno, você é uma pessoa importante para a Comunidade Tia Eva.

Os trabalhos para a elaboração do projeto de restauração do templo começaram em agosto e a equipe responsável pelas atividades acaba de lançar uma campanha em busca de colaboradores que tenham qualquer tipo de registro da comunidade, especialmente as referências mais antigas – gravações em áudio e vídeo, fotografias, documentos escritos, desenhos, objetos e outros itens.

Para colaborar, basta fazer uma postagem, no Instagram ou Facebook, do registro – sonoro, audiovisual – ou de uma imagem do item a ser compartilhado. Não se esqueça de identificar a postagem com a marcação “@projetotiaeva”. As participações também podem ocorrer por meio de envio pelo sistema do direct.

O objetivo da campanha é aumentar o número de referências da história do local. Para enriquecer e desenvolver um projeto de restauro, as fontes orais e bibliográficas são fundamentais, assim como, os registros iconográficos, a exemplo  a fotografia.

Atualmente existe apenas uma única foto dos anos 2000 da igreja na Arca (Arquivo Histórico de Campo Grande). Na própria comunidade também não se tem fotos mais antigas, fator que motivou a equipe do projeto criar a campanha.

“Tivemos a ideia de criar a campanha com o foco de recuperar essa memória iconográfica, e assim podermos ver quais transformações ocorreram com o passar do tempo, se existiam outros elementos que se perderam e vários outros pontos que podem enriquecer e muito nosso projeto,” ressalta o Arquiteto e Urbanista João Santos, da equipe do projeto.

Projeto de Restauração e Requalificação

O trabalho foi pelo selecionado no edital de 2019 do Fundo Municipal de Incentivo à Cultura (FMIC), da Secretaria Municipal de Cultura e Turismo (SECTUR), da Prefeitura de Campo Grande e conta com uma verba de aproximadamente R$128 mil para seu desenvolvimento.

A coordenação frisa que a atuação visa entregar o projeto de restauro após etapas específicas que incluem a participação da comunidade, como a campanha nas redes sociais. A obra de restauro dependerá de outras etapas com o poder público.

Desde agosto a equipe está atuando nas seguintes etapas: oficina de cocriação; identificação e conhecimento do bem; diagnóstico; proposta de intervenção e apresentação final dos resultados.

O projeto é coordenado pelo arquiteto e urbanista, Eduardo Melo, que é mestre em conservação e restauração de monumentos e núcleos históricos, além da equipe que é formada pelo arquiteto e urbanista João Santos, a arquiteta e urbanista Regina Maura Lopes Couto Cortez, a arquiteta e urbanista Rayssa Almeida e o engenheiro civil Luiz Henrique Dantas da Silva.

A escolha da Igreja de São Benedito para receber um projeto de restauro se deu pela sua relevância cultural, evidenciada pelo tombamento estadual e municipal, bem como de seu atual estado de conservação.

Trata-se de uma ação que pode ajudar, e muito, na permanência das tradições e manifestações culturais que ocorrem em torno da Festa de São Benedito, portanto na materialidade necessária enquanto referência cultural para que as dinâmicas culturais permaneçam e tenham continuidade ao longo dos anos.

HISTÓRIA

A igreja da Comunidade Tia Eva foi fundada pela ex-escrava Eva Maria de Jesus, em 1919, como promessa após ser curada de uma grave doença.

Em 26 de abril de 2008, a Fundação Cultural Palmares concedeu a Certidão de Autodefinição como Comunidade Remanescente de Quilombos aos descendentes de Tia Eva. Em 1996, a igreja foi tombada pelo município.

No dia 5 de maio de 1998, a Igrejinha de São Benedito recebeu o tombamento definitivo como parte do Patrimônio Histórico de Mato Grosso do Sul.

Via Correio do Estado

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