Superlotada e sem capacidade de receber novos pacientes, a Santa Casa de Campo Grande possui 20 pacientes internados, que aguardam leitos de terapia intensiva.Em atualização divulgada na tarde desta segunda-feira (3), o hospital destacou que 21 pacientes permanecem internados na área vermelha do Pronto-Socorro, espaço que conta com seis vagas.

Com a mesma capacidade de eleitos, a área verde do Pronto-socorro conta com 26 pacientes internados e outros seis em observação.

A unidade aguarda a chegada de outros cinco pacientes graves para a área vermelha e mais 8 para área verde, o que, segundo o hospital ” impactará ainda mais na assistência prestada.”.

Pediatria

Com três leitos, a área vermelha pediátrica possui sete pacientes em estado grave, sendo cinco intubações.Do mesmo modo, na área verde, dos 10 pacientes, sete estão internados e outros três seguem em observação.

A ala aguarda a chegada de dois pacientes graves para a área vermelha. Em nota, a Santa Casa destacou que a Secretaria Municipal de Saúde (Sesau), Ministério Público (MP) e Conselho Regional de Medicina (CRM) foram avisadas via ofício da decisão em relação ao atendimento.

Nesta manhã, o diretor-técnico da Santa Casa, Willian Lemos, destacou ao que é preciso uma análise da complexidade dos pacientes, fator que tem impactado mais a situação do que o próprio volume de entrada de novos casos.

“Pelo menos aqui na Santa Casa, o perfil de pacientes que têm chegado de maior volume, nos impactando bastante, são pacientes críticos, especialmente os cardiológicos e pediátricos”.

O diretor destacou que a superlotação é grande na área vermelha, responsável pelos atendimentos críticos, com pacientes entubados, em hemodiálise e em estabilização clínica.

“Nós temos 6 leitos de atendimento de emergência, não é nem de internação, mas acabamos de admitir o nosso 26º paciente lá dentro. Na nossa área verde nós temos uma capacidade para sete atendimentos, mas, no momento, nós estamos com 46 pacientes”, revelou.

“Até leitos privados utilizamos com pacientes SUS. E ainda assim, no local disponível apenas para três leitos (a área vermelha da pediatria), estamos com seis pacientes, esperando a chegada de mais dois”, disse.

Com esses pacientes apresentando quadros respiratórios, boa parte precisa recorrer à intubação.

“Nestes últimos dias nós temos, infelizmente, em algumas oportunidades – tanto em pacientes pediátricos quanto adultos -, usado o ventilador Ambu, que é um balão manual que ventila o paciente, porque não tinha nem mais respirador, dado o tamanho da superlotação”, revelou Lemos.

Segundo o diretor-técnico, devido à interdição de Unidades de Pronto Atendimento (UPA) da Capital, o impacto na Santa Casa tem sido maior, uma vez que, segundo ele, a unidade acaba “abraçando” o fluxo de pacientes de Campo Grande e do interior, e acaba não dando conta da demanda.

“Também percebemos que a quantidade de leitos críticos (UTI), é menor que a capacidade e, especialmente no interior, é muito deficitária no interior.  Recebemos um grande número de pacientes que já são mais graves. Eu não consigo dar o volume de giro que é necessário e os pacientes não param de chegar”, finalizou.

Via Correio do Estado MS