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Campo-grandense volta a registrar medo com aparecimento de muitos escorpiões até em prédios de condomínio

Circuito MS

14:59 12/03/2023

Campo Grande está em um período chuvoso, como está ocorrendo neste sábado (11), e além do perrengue com ás águas nas ruas, lama e sujeira, principalmente nos bairros, ainda mais sem asfalto, outro problema e grande preocupação está no aparecimento de escorpiões, e com isto, possível acidentes com picadas, que até podem levar a morte. O bicho peçonhento tem surgido em diversos bairros da Capital, seja da periferia, como entre os adjacentes da região central ou mesmo centro da cidade. Veja abaixo, que o município registrou no ano passado, mais de 1,1 mil casos de pessoas atingidas por ferroada e veneno do bicho.

Hoje, moradores de um condomínio, Gardem das Palmeiras, nos Altos do São Francisco, região centro norte da Capital, estiveram em polvorosa, ou, ao menos, alguns provocaram debate e medo no grupo de Whatsapp dos condôminos, com imagens e relatando haver uma epidemia de escorpião no local e na cidade. No local foram encontrados ou postaram imagens de alguns bichos nas moradias que são até prédios e não casas com quintal. “Se aqui no prédio está assim, imagina lá no jardim ou casas de Campo Grande”, apontou um morador.

Os Campo-grandense tem que se precaver, com ou sem epidemia, o perigo está aparecendo ou pode aparecer, como se registrou durante 2022, que se ocorreu 1.165 acidentes envolvendo a picada de escorpiões. Os aracnídeos, devido a umidade das águas pluviais ou de sujeiras úmidas, escuras e acumuladas nas casas ou lugares próximos, saem de onde se criam e passam a circular nas casas. Em geral, os bichos entram nas casas, saindo dos ralos de esgotos ou andam pelas calçadas vindo dos citados nascedouros, a procurar também locais escuros e úmidos nas residências.

A Capital de Mato Grosso do Sul, registrou durante o ano passado 1.165 acidentes envolvendo a picada de escorpiões, segundo os dados divulgados pelo Centro de Controle de Zoonoses (CCZ), em 03 de janeiro deste ano. A atual época do ano, com o clima de chuva, é a predileta para esse tipo de praga urbana que tanto incomoda e põe medo na população.

Precauções com esgoto e encanamentos

A médica veterinária do CCZ da Secretaria Municipal de Saúde (Sesau), Ana Paula Nogueira, explica que estes animais costumam se alojar no esgoto e encanamentos, mas também podem ser encontrados em frestas e rachaduras em paredes e pisos, caixas de passagem elétrica e pluviais, e entulhos e materiais inservíveis acumulados nos imóveis.

“Dessa forma, recomenda-se que ralos e pias estejam sempre fechados quando não estão em uso, a vedação de frestas e rachaduras, e utilização de equipamentos de proteção individual como botas e luvas ao manusear entulhos e lixos. Tomando estes cuidados gente diminui os riscos de  acidentes com estes animais.”, esclareceu ela.

A orientação é para que as vítimas de acidentes com animais peçonhentos, sobretudo às crianças, procurem uma unidade de saúde o mais rápido possível. Conforme a veterinária, caso os animais sejam encontrados na residência, o morador deve isolá-lo em um pote, sempre que possível, e ligar para o CCZ para identificação da espécie e orientações de manejo. O órgão dispõe de dois telefones: 67 3313-5000 e 2020-1796.

Principais espécies de escorpiões

  • -Escorpião-amarelo (Tityus serrulatus) – Encontrado em todas as regiões do país. É o que mais preocupa por ser considerado o mais venenoso. Tem reprodução do tipo partenogenética, ou seja, as fêmeas procriam sem precisar que machos as fecundem.
  • -Escorpião-marrom (Tityus bahiensis) – Encontrado na Bahia e algumas regiões Centro-Oeste, Sudeste e Sul do Brasil.
  • -Escorpião-amarelo-do-nordeste (Tityus stigmurus) – Também procriam sem a necessidade de um macho. É a espécie mais comum no Nordeste do Brasil, apresentando alguns registros nos estados de São Paulo, Paraná e Santa Catarina.
  • -Escorpião-preto-da-amazônia (Tityus obscurus) – O principal causador de acidentes e óbitos por picadas de escorpião na região Norte e no estado do Mato Grosso.

Sinais e sintomas

Quando há picada por escorpião, a dor é imediata em praticamente todos os casos, além da sensação de formigamento, vermelhidão e suor no local. Após alguns minutos ou horas, principalmente em crianças, que são mais vulneráveis ao envenenamento, podem aparecer outros sintomas, como tremores, náuseas, vômitos, agitação incomum, produção excessiva de saliva, hipertensão, entre outros.

Todos os escorpiões são venenosos e os riscos aumentam de acordo com a quantidade de veneno injetado e no quão nocivo o veneno de cada espécie é para o corpo humano. Os casos leves, que não necessitam da aplicação do antiveneno, representam cerca de 87% do total de acidentes. O soro antiescorpiônico é disponibilizado apenas nos hospitais de referência do Sistema Único de Saúde (SUS).

Medidas de prevenção

Os escorpiões que habitam no meio urbano se alimentam principalmente de baratas, portanto, são comuns em locais com acúmulo de lixo. São animais que não atacam, mas se defendem quando ameaçados. Para evitar encontros indesejados, é importante:

  • Manter lixos bem fechados para evitar baratas, moscas e outros insetos que sejam alimento dos escorpiões;
  • Manter jardins e quintais limpos. Evitar acúmulo de entulhos, folhas secas, lixo doméstico e materiais de construção nas proximidades das residências;
  • Em casas e apartamentos, utilizar soleiras nas portas e janelas, telas em ralos do chão, pias e tanques;
  • Afastar camas e berços das paredes;
  • Evitar que roupas de cama e mosquiteiros encostem no chão.

O Ministério da Saúde não recomenda a utilização de produtos químicos (pesticidas) para o controle de escorpiões. Esses produtos, além de não possuírem, até o momento, eficácia comprovada para o controle do animal em ambiente urbano, podem fazer com que eles deixem seus esconderijos, aumentando o risco de acidentes.

Via Enfoque MS

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