Campo Grande

Campo-grandenses falam de expectativa para início das obras destravadas pelo Governo

Circuito MS

15:36 27/08/2017

[Via Portal do MS]

Moradores das regiões de Campo Grande beneficiadas pelo pacote de R$ 180 milhões em obras aguardam com expectativa o início dos trabalhos, que irão contemplar mobilidade urbana, pavimentação e urbanização em vários pontos da cidade. Para a população, as obras – que terão recursos federais com contrapartida estadual e execução da prefeitura – deverão levar solução aos problemas de infraestrutura recorrentes em diversos bairros da Capital.

Entre os projetos que terão andamento nos próximos meses está o de manejo de águas pluviais no rio Anhanduí. Problema recorrente na cidade, o desmoronamento das margens provocado pela erosão compromete parte da pista na avenida Ernesto Geisel. Três lotes de obras já estão em fase de licitação. No local, as reclamações são muitas. Para quem vive no entorno e trafega pela avenida, a obra é imprescindível para garantir a segurança de pedestres e motoristas. O desmoronamento das margens do rio já interditou parte de toda uma pista em um dos trechos da avenida Ernesto Geisel. “Está desbarrancando tudo ali”, apontou o mototaxista Gilsemar Gutierrez, de 43 anos, que trabalha no local.

“A sinalização está escassa. Desde a curva [antes do shopping Norte Sul Plaza, no sentido bairro-Centro] tem que sinalizar que a via está prejudicada. A visibilidade noturna dificulta mais ainda. Está tendo erosão, o asfalto deu uma baixada. Com a chuva vai descer mais carro lá para baixo”, comentou, ao lembrar que um motorista perdeu controle e o veículo foi parar dentro do rio no início deste mês de agosto.

Morador do bairro Taquarussu, o autônomo Uallas Fernandes, de 32 anos, reclama da travessia de pedestres. “Isso aqui é perigoso, o canto da ponte está caindo. Tem gente que tem até medo de ficar lá em cima. O pessoal tem medo de passar. Precisa colocar uma proteção e reforçar. Quanto mais o tempo passa, mais o problema vai aumentando”, observou.

As intervenções previstas para a região incluem a restauração das margens, galerias pluviais, recuperação de áreas úmidas, construção de reservatório para amortecimento de cheias, urbanização de caráter complementar e pavimentação da pista.

Entre os problemas, ela destaca a falta de iluminação, sinalização do trânsito, poeira, além do matagal onde costumam se esconder usuários de drogas. “Falta iluminação e esse matagal é um perigo, não dá para sair à noite”, comenta. A situação atrapalha a rotina da família. “Pedimos uma pizza e o entregador não quis vir até aqui por causa da escuridão, meu marido teve que ir encontrar ele lá no trilho. Nem a correspondência chega aqui”, contou.No entorno do córrego Bálsamo, a retomada das obras é aguardada com expectativa pela população. A dona de casa Betina Dias Cavalcante, de 24 anos, mora com o marido e os três filhos em área ao lado do córrego e conta que as intervenções são necessárias para garantir a segurança dos moradores. “Só quem mora aqui sabe a diferença que faz essa obra que ficou abandonada”, afirma.

Na região, deverão ser retomadas as obras de urbanização e recuperação das áreas degradadas, além do término das avenidas Novos Estados e Rita Vieira – que permitirão acesso ao Macro Anel Rodoviário e à avenida Guaicurus.

Convênios

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Serão 28 novas frentes de obras emblemáticas que incluem desde a recuperação das margens do rio Anhanduí à implantação de corredores de transportes em grandes avenidas e obras de infraestrutura e pavimentação em diversos bairros.

Os convênios do governo com a prefeitura para repasse de R$ 15 milhões em contrapartida os investimentos federais que totalizam R$ 180 milhões foram publicados no Diário Oficial do Estado (DOE) na semana em que a Capital completa 118 anos.

O primeiro termo tem o valor de R$ 9,5 milhões para pavimentação e qualificação de vias nos bairros Nova Lima, Atlântico Sul, São Francisco, Bellinate, Jardim Seminário, Mata do Jacinto, Sírio Libanês e Vila Nasser. Somados aos recursos federais, essas obras totalizam R$ 71,9 milhões em investimentos. O segundo é destinado à urbanização do córrego Bálsamo a ser executada em duas etapas que somadas irão totalizar R$ 26,5 milhões, sendo a contrapartida do Estado de R$ 3,1 milhões.

Outro convênio garante a recuperação no Complexo Anhanduí, Cabaça e Areias, onde serão feitas obras de restauração de margens, galerias pluviais, recuperação de áreas úmidas, reservatório de amortecimento de cheias, urbanização de caráter complementar e pavimentação. A contrapartida estadual de R$ 900 mil integra o montante de R$ 57,7 milhões incluindo os recursos federais.

Serão também repassados à prefeitura R$ 1,3 milhão em recursos estaduais, como contrapartida aos investimentos de R$ 24 milhões da União em mobilidade urbana. Eles incluirão a implantação de corredores de transporte em grandes avenidas da Capital – como Calógeras e Gury Marques – e rua Bahia. Na primeira via, o trecho beneficiado será de 2,7 quilômetros da avenida Mato Grosso até a Eduardo Elias Zahran.

Na avenida Gury Marques, serão 2,26 quilômetros de intervenções – desde a avenida Interlagos até o terminal Guaicurus. Já na rua Bahia, será implantado corredor de transporte em 1,75 quilômetros desde a avenida Afonso Pena até a Coronel Antonino. A implantação dos corredores de transporte incluirá alterações no tráfego dessas vias.

Todas essas obras estavam previstas de serem realizadas com recursos federais, mas estavam paralisadas há anos devido a entraves burocráticos e à necessidade de contrapartida. Por meio da Secretaria de Estado de Infraestrutura (Seinfra), o Governo do Estado conseguiu retomar os contratos junto ao Ministério das Cidades.

O aporte foi então direcionado de forma a destravar investimentos em todos os cantos da cidade, em obras estruturais e que representam a retomada do crescimento da Capital. A parceria com a prefeitura – que já vem dando resultados, como a readequação do tráfego na Avenida Mato Grosso e a recuperação da pavimentação asfáltica em diversos pontos da cidade – terá agora um impulsionamento com a execução das 28 novas frentes de trabalho.

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