Campo Grande

Capital vive uma nova onda de buracos no asfalto

Circuito MS

14:24 23/03/2022

Desde o início da pandemia em 2020, a Secretaria de Infraestrutura e Serviços Públicos reduziu de 15 para 10 as equipes de manutenção de tapa-buracos

Ao percorrer algumas ruas de Campo Grande ontem, a reportagem do Correio do Estado encontrou diversas degradações na malha asfáltica que colocam em risco o trânsito seguro de motoristas, motociclistas, ciclistas e pedestres.

O retorno das chuvas nos últimos dias trouxe à tona um velho conhecido dos moradores da Capital, os buracos no asfalto.

Ainda na parte central da cidade, logo no início da Rua José Luís Pereira com a Rui Barbosa, os buracos chamam atenção. Apesar de contar com obras ao entorno, a via possui apenas cones que sinalizam o dano no asfalto.

Em razão da pandemia de Covid-19, a Secretaria Municipal de Infraestrutura e Serviços Públicos (Sisep) reduziu o serviço de tapa-buraco no município, de 15 para 10 equipes. A decisão do Executivo municipal foi realizada em 2020 para poupar cerca de R$ 1 milhão por mês, com o objetivo de realocar os recursos para o enfrentamento da crise sanitária.

Conforme o titular da Sisep, Rudi Fiorese, os serviços de tapa-buraco continuam neste ano com o número de equipes reduzidas. O secretário salientou ainda que uma série de fatores são responsáveis pela recorrente degradação no asfalto de Campo Grande.

“Na área central, além de alguns buracos provocados pelas chuvas, temos os danos causados pelas próprias obras no local e pelas escavações feitas pela empresa responsável pelo saneamento básico na cidade”, afirmou Fiorese.

No Bairro Amambaí, a Rua Joaquim Nabuco logo na esquina com a Avenida Afonso Pena é mais um trecho que requer atenção redobrada aos transeuntes.

Na Avenida Ernesto Geisel, uma das principais vias da Capital, o que chama atenção é a “colcha de retalhos” no asfalto. Apesar de contar com obras para contenção de enchentes, não há previsão para os trabalhos de recapeamento começarem no local.

Um motorista de aplicativo que preferiu não se identificar relatou que os buracos são obstáculos em sua rotina de trabalho em todas as regiões de Campo Grande. “Está cada vez mais difícil transitar. Por vezes, já tive de passar na borracharia para remendar um pneu por conta de buracos nas ruas. É um problema recorrente e que, para nós que trabalhamos com o carro o dia inteiro, pesa bastante no bolso”, disse.

Campo Grande chegou a tapar quase 500 mil buracos entre 2018 e 2019, segundo levantamento feito pela prefeitura. Em 2018, foram 300 mil buracos consertados, enquanto em 2019 foram mais de 190 mil, redução de 37% em relação ao ano anterior.

SALGADO FILHO

Depois de cinco anos, a Avenida Salgado Filho começou a receber nesta semana as equipes de recapeamento. Conforme o titular da Sisep, Rudi Fiorese, a empresa responsável pela recuperação do trecho entre a Avenida Orfeu Baís e a Calógeras começou a preparar a via para receber a nova camada de asfalto na segunda-feira.

“É um serviço rápido, acredito que em torno de duas semanas já teremos esse trecho concluído”, disse Fiorese.

O mecânico Luiz Carlos Silva trabalha próximo à Avenida Salgado Filho e relatou que a via está completamente esquecida e que o estado crítico do asfalto já causou prejuízos financeiros.

“Não vejo nenhuma equipe passando aqui para fazer concertos decentes, só aumentam os remendos para tudo que é lado. Uma vez estava vindo trabalhar e cai em um buraco tão fundo na avenida que meu pneu furou”, afirmou.

O último recapeamento realizado na avenida foi feito ainda no mandato do então prefeito de Campo Grande Alcides Bernal (2016-2013), entre a Avenida das Bandeiras até a Fábio Zahran.

SAIBA

Conforme levantamento feito pela Sisep no fim de 2021, 51 quilômetros já foram recapeados em Campo Grande ao longo dos últimos cinco anos de gestão do prefeito Marcos Trad (PSD).

Via Correio do Estado MS

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