Casos de dengue e chikungunya na fronteira deixa Ponta Porã em alerta máximo
8:00 23/03/2023
Segundo boletim epidemiológico, Ponta Porã registra nove casos confirmados da doença e 188 casos suspeitos
Os altos números de casos de dengue e chikungunya no Paraguai estão deixando os municípios fronteiriços em alerta máximo. Só em Ponta Porã, município que faz divisa com Pedro Juan Caballero, os números de casos da doença já superam o registrado em todo o ano de 2022.
De acordo com o Ministério de Saúde e Bem-Estar do Paraguai, desde o início do ano, o país já soma quase 9 mil casos de chikungunya. Em Ponta Porã, já foram registrados nove casos confirmados da doença e 188 casos suspeitos.
Em março deste ano, o governo do Paraguai lançou a campanha “Paraguay Sin Criaderos”, uma campanha nacional de conscientização contra a proliferação do mosquito Aedes aegypti, transmissor de diferentes tipos de arboviroses.
A situação no país vizinho preocupa tanto a prefeitura de Ponta Porã como o Governo do Estado que vêm desenvolvendo uma série de ações para combater os altos índices da doença na região.
Na última segunda-feira (20), a Secretaria de Estado de Saúde (SES) recebeu uma visita técnica do Ministério da Saúde para discutir sobre ações estratégicas de enfrentamento às arboviroses, em especial a dengue e chikungunya, em Mato Grosso do Sul.
Até o momento foi apresentado e discutido, junto à equipe do Ministério da Saúde, o quadro situacional das doenças no Estado, assim como algumas visitas técnicas em alguns pontos da Capital. A visita se estenderá até sexta-feira (24).
Para a diretora de Vigilância em Saúde, Larissa Castilho, a visita é importante para elaboração de estratégias e controle da redução de casos.
“A equipe vem no sentido de colaborar trazendo novas orientações e estratégias tanto para a equipe estadual como aos municípios, principalmente, os de fronteira, para que possamos conter os casos de Dengue e de Chikungunya”.
Operações em Ponta Porã
Nesta terça-feira (21), a equipe do Ministério da Saúde viajou para Ponta Porã e se reuniu com representantes do município e da comissão técnica do Paraguai para discutir medidas de contenção do avanço da doença.
Segundo o coordenador estadual de Controle de Vetores, Mauro Lúcio Rosário, é necessário entender o que está faltando para alinhar as ações de enfrentamento e encontrar uma solução.
“Precisamos achar uma solução imediata para evitar que ocorram novos casos no Estado. A reunião permitiu a troca de experiência e que entendêssemos sobre o que cada um está fazendo para conter os casos, principalmente, no Paraguai. E saber sobre o que está faltando para a gente alinhar as ações de enfrentamento da chikungunya e também a dengue”.
Outro ponto destacado pelo coordenador foi quanto a participação e colaboração da população, principalmente, dos municípios da região da fronteira.
“É importante que a população compreenda a importância do trabalho do agente de saúde, que ela receba não somente o servidor, mas que receba as orientações de prevenção que ele repassa. É importante que o agente de saúde faça uma visita domiciliar resolutiva”.
Durante o encontro também foi criado um Comitê de Enfrentamento entre Brasil e Paraguai com objetivo de integrar as ações de combate dos países às arboviroses. Além disso, a SES instalou um Centro de Operação de Emergência (COE).
De acordo com o assessor militar na SES, coronel Marcello Fraiha, o COE deve auxiliar os 79 municípios em ações de enfrentamento às arboviroses no Estado.
“Corumbá faz divisa com a Bolívia e há registro de alta incidência de dengue no país vizinho. Na região do Paraguai, que faz divisa com Ponta Porã, há registros de aumento casos de chikungunya. Como existe fronteira seca entre esses países, muitos moradores saem em busca de atendimento médico nos municípios do Estado. Então, isto nos causa preocupação e nos coloca em alerta”.
Segundo a SES, os agentes de saúde de Ponta Porã estão passando por capacitação técnica com a realização de prática em campo para conter os novos casos da doença.
“Nós precisamos desenvolver ações de controle em toda a linha de fronteira. E para isto, estamos recebendo todo o apoio da equipe técnica do Ministério da Saúde”.
Casos em MS
De acordo com o último boletim epidemiológico de dengue, Mato Grosso do Sul tem 5.550 casos confirmados e cinco óbitos. Segundo o documento, Três Lagoas, Campo Grande e Bonito são os municípios com maior número de casos confirmados.
Conforme noticiado pelo Correio do Estado anteriormente, só nas 10 primeiras semanas de 2023, a SES já registrava 13.235 casos prováveis da doença no Estado. Esse número é sete vezes maior do que o registrado no mesmo período no ano passado, com 1.701 casos prováveis.
Já em relação a chikungunya, o boletim registra 1.105 casos prováveis, 108 casos confirmados e nenhum óbito. Os municípios com maior número de casos confirmados são Ponta Porã, Amambai e Maracaju.
O número é 86% maior que o registrado em todo o ano de 2022, período em que Mato Grosso do Sul registrou 594 casos prováveis da doença.
Segundo a SES, o motivo do aumento dos casos se dá pelas chuvas intensas registradas nos meses de janeiro, fevereiro e março, período propício à proliferação do mosquito Aedes aegypti, que, além da dengue, é responsável por transmitir zika e febre chikungunya.
Via Correio do Estado MS
Comente esta notícia
compartilhar