Chuva de até 156 milímetros traz alívio a produtores de soja
11:56 09/10/2023
Chuva de até 156 milímetros traz alívio a produtores de soja
As chuvas do fim de semana em boa parte do Estado e que em algumas regiões passaram de 150 milímetros devem finalmente destravar o plantio de soja, o principal produto da economia de Mato Grosso do Sul. Historicamente, o pico do plantio ocorre entre os dias 14 de outubro e 4 de novembro no Estado, conforme dados da Aprosoja.
Em Rio Brilhante, a precipitação de sábado e domingo somou 156 milímetros, conforme dados do Inmet. No acumulado de outubro são 162,6 milímetros em Rio Brilhante. Em Maracaju, outro importante município agrícola, o volume somou 107 milímetros, água suficiente para deixar o solo com umidade para cerca de duas semanas de plantio.
Um pouco mais ao Sul, na região de Dourados, o Inmet também registrou chuva significativa, com cerca de 75 milímetros, principalmente no domingo. Volume semelhante, de 72 milímetros, foi registrado em Itaquiraí.
No extremo sul, porém, o volume foi mais irregular.. Em Amambai, por exemplo, foram 22 milímetros, enquanto que em Sete Quedas, apenas 11 milímetros. Situação parecida na região Pantaneira. Em Miranda, foram 25 milímetros, contra apenas quadro na região urbana de Corumbá.
Campo Grande praticamente ficou ilhada, com apenas cinco milímetros. Em Água Clara, mais ao norte da Capital, foram registrados 40 milímetros. Em São Gabriel do Oeste, importante região produtora de grãos, foram oito milímetros.
Mais ao norte, nos municípios de Costa Rica e Chapadão do Sul, o Inmet registrou 11 milímetros no fim de semana. Mas, no acumulado de outubro já são quase 30 nestes dois polos da produção agrícola, volume suficiente para que os agricultores façam o plantio da soja.
A chuva também chegou ao extremo norte do Estado, principalmente no sábado, quando Coxim registrou pouco mais de 16 milímetros. E para esta segunda-feira havia possibilidade de a região voltar a ser contemplada.
A Aprosoja não tem um levantamento exato sobre o estágio de plantio no Estado, mas escassez de chuva e o calor de setembro impediram o plantio em praticamente todo o Estado.
Para esta semana, entre os dias 10 e 15, havia previsão de uma forte onda de calor em Mato Grosso do Sul, mais severa inclusive àquela que ocorreu entre os dias 20 e 27 de setembro. Porém, agora a meteorolia está menos alarmista, embora ainda persistam as previsões de calor. Nenhum instituto, porém, prevê máximas de até 43 ou 44 graus, conforme previam no fim do mês passado.
Para as duas próximas semanas estão previstos entre 60 e 80 milímetros de chuva nas regiões sul e central do Estado. E, além da perspectiva positiva sobre o tempo, os preços da soja também estão apontando uma ligeira recuperação. Há três meses, a saca de 60 quilos era cotada a R$ 120 em Campo Grande. Nesta segunda-feira (9), o valor está em R$ 130, uma valorização
PREVISÃO DE SAFRA
Conforme as previsões iniciais da Aprosoja, a área de cultivo de soja deve aumentar em torno de 5%, passando de 4 para 4,2 milhões de hectares na comparação com o ciclo anterior em Mato Grosso do sul. Mesmo assim, a associação se mostra pessimista com relação ao volume produzido, que está estimado em 13,8 milhões de toneladas, o que seria 7,9% menor que as 15 milhões de toneladas colhidas na última safra.
Embora exista perspectiva de chuvas abundantes em janeiro e fevereiro, em decorrência do fonômeno El Niño, existe perspectiva de queda de 13,5% na produtividade, que assim recuaria de 62 para 54 sacas por hectare. As estimativas pessimistas foram feitas com base nos números das últimas safras.
E para alívio do produtor, que sofreu com a queda de cerca de 25% no preço da saca de soja, o custo de produção também recuou, mas apenas 10%, saindo de R$ 6.860,08 no ciclo anterior para R$ 6.170,61 neste ano por hectare. No ano passado eram necessárias em torno de 43 sacas por hectare para cobrir os custos. Agora, conforme a Aprosoja, serão necessárias 51 sacas.
Via Correio do Estado MS
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