Clima de incerteza faz categorias pressionarem prefeitura da Capital
8:24 01/02/2022
Cerca de 250 guardas-civis protestaram em frente ao Paço Municipal na manhã desta segunda-feira
Previsto para a segunda quinzena de janeiro, o reajuste salarial dos servidores públicos de Campo Grande segue sem definição.
Em reunião ontem, o prefeito da Capital, Marcos Trad (PSD), afirmou que não estabelecerá uma porcentagem linear e vai conversar com todos os sindicatos para analisar as propostas.
“Como nos cinco anos anteriores, nós vamos receber todas as categorias e dialogar. Daremos o reajuste que o município puder dar”, disse o prefeito.
Na manhã de ontem, por volta de 250 guardas-civis metropolitanos (GCM) se reuniram na em frente à Prefeitura de Campo Grande para reivindicar reajuste e promoção da categoria.
Na ocasião, foi entregue ofício de greve ao prefeito. Conforme os representantes da categoria, se o prefeito não responder em até 72 horas o documento que anuncia o estado de greve, os guardas vão oficialmente paralisar as atividades a partir de quinta-feira.
“Tem 72 horas para iniciar o movimento de greve, enquanto não houver nenhum posicionamento que mude essa situação, nós daremos início à paralisação no dia 3”, informou o representante jurídico do Sindicato da Guarda Civil Metropolitana, Márcio Almeida.
Segundo Almeida, ontem era o prazo final para as promoções serem divulgadas no Diário Oficial de Campo Grande (Diogrande).
No ano passado, a promoção era para acontecer em janeiro de 2020 e aconteceu só em fevereiro de 2021. Entre as reivindicações, os servidores da GCM lutam pela equiparação dos benefícios concedidos à categoria.
Hoje, um guarda-civil regular recebe R$ 294 de vale-alimentação, enquanto os lotados na Câmara Municipal recebem R$ 900. Além disso, a categoria pede pela promoção de 533 guardas da segunda para a primeira classe e de 527 da terceira para a segunda classe.
PROFESSORES
O presidente Jair Bolsonaro (PL) anunciou na quinta-feira (27) reajuste de 33,24% no piso salarial dos professores da Educação Básica. Na prática, o salário será elevado de R$ 2.886 para R$ 3.845.
Para o presidente da Federação dos Trabalhadores em Educação de Mato Grosso do Sul (Fetems), Jaime Teixeira, o piso salarial já deveria ter sido corrigido há dois anos.
Conforme Teixeira, a forte mobilização dos professores em janeiro deste ano impulsionou o Congresso a não compactuar com a falta de cumprimento da Lei 11.738/2008 criada no governo do ex-presidente Lula, que prevê reajustes anuais para a categoria.
Até setembro de 2021, 25 municípios de MS não pagavam o piso salarial nacional para os professores, de acordo com o ranking da Fetems. Na época, o valor mínimo pelo cumprimento da função deveria ser de R$ 2.886,24.
Após o reajuste de 33,24%, 74 municípios do Estado terão de se adequar para pagar seus professores com salários condizentes com o mínimo estabelecido, referente ao valor de R$ 3.845.63.
Em Campo Grande, o Sindicato Campo-Grandense dos Profissionais da Educação Pública (ACP) se reunirá com o prefeito Marcos Trad na quinta-feira, para discutir as tratativas de correção do piso de 20 horas para os profissionais da Rede Municipal de Ensino (Reme).
“Nesta reunião, acreditamos que o prefeito Marquinhos e sua equipe já tenham uma proposta de reajuste do piso, cumprindo o termo de compromisso que ele assumiu com o sindicato no ano passado. Estamos atentos e mobilizados”, afirmou o presidente da ACP, Lucilio Nobre.
Conforme o professor, assim que a prefeitura apresentar uma proposta de reajuste, o sindicato convocará uma assembleia geral extraordinária para a categoria analisar e deliberar o documento. Lucilio pontuou ainda, que em decorrência do ano eleitoral, os trabalhadores precisam ficar atentos às reformas que contribuem para a destruição do serviço público.
“O momento é muito delicado e decisivo. Além de todos os pontos de luta que já estão na pauta, temos de entender que 2022 é ano de eleições, e os trabalhadores precisam estar com muita atenção aos projetos que serão apresentados na disputa eleitoral, como já estamos sentindo por conta das reformas como a da previdência e a trabalhista, esses projetos interferem diretamente nos nossos direitos”, reiterou Nobre.
MOBILIZAÇÃO
Fetems e profissionais da educação organizaram uma mobilização para amanhã, a partir das 9h, em frente à Assembleia Legislativa, em defesa do piso nacional e da equiparação salarial de professores efetivos e convocados.
Conforme Jaime Teixeira, por volta de 9 mil professores temporários ou contratados não recebem o mínimo assegurado para a categoria.
“Hoje, queremos que o governo equipare o salário dos convocados. Às vezes, temos o mesmo professor que é concursado em um período e ganha o justo, e nas outras 20 horas semanais é contratado e recebe apenas a metade do salário previsto. Por ser ano eleitoral, temos de assegurar esse direito o quanto antes, temos apenas 60 dias para resolver isso”, finalizou Teixeira.
Via Correio do Estado MS
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