Saúde

Com ajuda da Fiocruz, laboratório é aposta para inovar medicina da família

Circuito MS

15:50 24/10/2019

[Via Campo Grande News]

Quando os médicos cubanos do programa mais médicos começaram a deixar o Brasil, parte das queixas da população que depende do maior sistema público de saúde do mundo, o SUS, é que ia embora, junto com eles, atendimento delicado e cuidadoso na chamada atenção primária. Agora, em Campo Grande, a Sesau (Secretaria Municipal de Saúde) foi buscar junto à Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz), formas de colocar, na prática, o que já é orientação do Ministério da Saúde para o melhor atendimento à comunidade.

Outra fala muito conhecida, em especial entre os médicos recém-formados, é que ninguém quer trabalhar no SUS. Essa parceria, para além de fortalecer a medicina da família, quer, também, transformar a formação dos médicos que saem das universidades para trabalharem em Campo Grande.

O primeiro passo dessa parceria que não teve valor financeiro divulgado é um laboratório. O Laboratório de Inovação na Atenção Primária a Saúde vai unir Sesau e Fiocruz para colocar médicos e equipe multidisciplinar em 9 unidades de saúde da família da Capital. O convênio vai ficar vigente por 30 meses.

Superintendente da rede de atenção a saúde da Sesau, Ana Paula Resende explica que a ideia é implementar o programa em 4 eixos e o primeiro já está sendo colocado em prática. A Sesau publicou edital com 30 vagas para médicos que queiram fazer a residência em medicina da família e comunidade.

Financiadas pela Fiocruz, as 30 bolsas terão valor de R$ 11.865,60. “A primeira etapa é a residência. Saíram dois editais, o de medicina de família e comunidade com 30 vagas é para médicos formados para ampliarem a formação e serem especialistas de família e comunidade”, comentou.

Uma das UBSFs inauguradas em Campo Grande este ano (Foto: Liniker Ribeiro)Uma das UBSFs inauguradas em Campo Grande este ano (Foto: Liniker Ribeiro)

Dessa forma, ainda que o profissional seja residente na especialidade que escolheu, poderá, também, ser especialista em medicina da família. “Hoje a graduação é muito voltada para as especialidades, e pouco se investe no SUS, é pouco voltado para atender a comunidade”, afirma.

“O laboratório de inovação é um projeto de inovação da Sesau para a gente formar profissional de saúde voltado para o SUS, e dessa forma contemplar os eixos de formação, qualidade e assistência”, disse.

Ana Paula afirma que todo o desenvolvimento depende do interesse desses profissionais nas bolsas. Se não ocuparem as 30 vagas, o projeto terá de ser modificado. Mas a ideia, e o otimismo inicial, é que as equipes sejam espalhadas em 9 unidades de saúde.

Para isso, outro edital do laboratório vai oferecer residência multidisciplinar. São 76 vagas para educadores físicos, enfermeiros, farmacêuticos, fisioterapeutas, odontólogos, psicólogos e assistentes sociais. O valor das bolsas é de R$ 3.330,46.

“Eles vão trabalhar com preceptores e residentes, todo o processo de trabalho da saúde da família conforme preconizado pelo Ministério, demanda espontânea, programada, visitas domiciliares e na expansão da cobertura da estratégias da saúde da família de família”, contou.

Conforme Ana Paula, além do financiamento do Laboratório de Inovação, a Fiocruz vai oferecer suporte na gestão, bolsa para professores, qualificação e todo o acompanhamento das residências. Vão estar presentes nas unidades da saúde, funcionários da Fiocruz tanto de Mato Grosso do Sul, quanto Rio de Janeiro.

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